O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, na recepção oficial da COP30, em Belém, Ahmad al-Sharaa — atual chefe de governo da Síria e ex-comandante da Frente al-Nusra, braço sírio da Al Qaeda. A presença de al-Sharaa no evento reacendeu críticas sobre os critérios adotados pelo Palácio do Planalto na condução de sua política externa.
Al-Sharaa, ex-líder do grupo jihadista Hay’at Tahrir al-Sham, ascendeu ao posto de presidente interino da Síria após o colapso do regime de Bashar al-Assad, em transição reconhecida de fato por parte da comunidade internacional. Mesmo assim, seu histórico permanece marcado por ligações diretas com facções islâmicas classificadas como terroristas por diversos países ocidentais ao longo da última década.
A cerimônia de recepção, promovida pelo governo Lula para chefes de Estado durante a conferência climática, buscava reforçar a imagem diplomática do Brasil como articulador global em temas ambientais. No entanto, a inclusão de al-Sharaa entre os convidados oficiais gerou desconforto, especialmente entre setores que avaliam que o país tem flexibilizado posicionamentos históricos em direitos humanos e segurança internacional.
Críticos apontam que o Planalto tem buscado ampliar o diálogo com governos considerados controversos sem estabelecer salvaguardas claras sobre responsabilidade internacional. Para diplomatas ouvidos por bastidores, o gesto pode ser interpretado como um “sinal político” de alinhamento estratégico com regimes ou lideranças em situação de transição instável.
Apesar disso, o governo federal evitou declarações públicas sobre o teor da aproximação. A recepção foi tratada como “protocolo institucional da COP30”.
A participação de al-Sharaa na agenda oficial da cúpula deve continuar repercutindo nos próximos dias, sobretudo diante da disputa narrativa sobre o papel do Brasil como mediador geopolítico e defensor de pautas humanitárias.
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