Haddad culpa bancos por travar Selic em 15% às vésperas do Copom

Foto: Diogo Zacarias/MF
Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4.nov.2025) que bancos pressionam para manter a taxa Selic em 15% ao ano — patamar em vigor desde 30 de julho — e disse que, se estivesse no Banco Central, votaria por corte imediato na reunião do Copom que termina nesta quarta (5). A fala tenta deslocar a responsabilidade do custo do crédito para o setor financeiro, enquanto o governo acumula críticas por incertezas fiscais que ajudam a segurar os juros no topo.

O mercado, porém, já trabalha com manutenção da Selic em 15% até o fim de 2025, à espera apenas de algum sinal de quando começariam os cortes — cenário sustentado por inflação ainda acima da meta e atividade resiliente. Em Focus recente, a mediana para a Selic no fim de 2025 ficou em 15,00% e só recuaria em 2026.

Nas últimas semanas, o próprio Haddad passou a chamar a taxa de “exageradamente restritiva”, argumentando que o juro real ronda 10% com a inflação aproximando-se do teto da banda. Ainda assim, o BC mantém discurso de prudência, lembrando que expectativas seguem desancoradas e que a política monetária precisa permanecer apertada “por período prolongado”.

Em suma: enquanto o Planalto tenta emplacar a tese de “pressão dos bancos”, a ata do Copom e o comunicado desta quarta indicarão, na prática, se há espaço para aliviar o freio — ou se a combinação de risco fiscal e inflação teimosa seguirá cobrando juros altos do país.


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