Informações que circulam em Washington indicam que o presidente Donald Trump estuda suspender a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes e sua esposa, além de reverter restrições de vistos impostas a outras autoridades do governo Lula e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Caso confirmada, a medida representaria uma reviravolta diplomática e política, com impacto direto nas relações entre Estados Unidos e Brasil.
Fontes próximas ao governo americano apontam que a decisão estaria relacionada a um acordo mediado pelo empresário Joesley Batista, com o objetivo de viabilizar a renúncia do ditador venezuelano Nicolás Maduro. De acordo com a Bloomberg, a viagem recente de Joesley a Caracas teria sido o ponto central dessa articulação, realizada em meio a alertas de segurança emitidos pelos EUA sobre o espaço aéreo venezuelano.
A visita, segundo a agência, foi comunicada à Casa Branca e pode ter sido combinada não apenas com Trump, mas também com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O empresário brasileiro já havia se reunido com Trump em agosto, no Salão Oval, onde posou para fotos e presenteou o americano com a biografia de seu pai, José Batista Sobrinho. Desde então, Trump teria feito elogios públicos a Lula e mantido contato direto em ao menos três ocasiões — uma delas em encontro na Malásia e duas por telefone.
Nos bastidores, diplomatas observam que a recente regra imposta pelo chanceler Mauro Vieira — garantindo sigilo eterno em comunicações diplomáticas — pode estar relacionada ao sigilo dessas conversas. A possível suspensão das sanções impostas a autoridades brasileiras seria, portanto, uma moeda de troca em negociações mais amplas que envolvem a transição política na Venezuela.
Se confirmada, a decisão de Trump deve causar desconforto na oposição brasileira, em especial entre aliados de Jair Bolsonaro, que até agora comemoravam a inclusão de ministros do STF e membros do governo petista nas sanções americanas.
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