Por Hamilton Silva – exclusivo para DFMobilidade
Brasília – O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) confirmou na noite da última quinta-feira (10) que já obteve as 257 assinaturas necessárias para protocolar o requerimento de urgência do Projeto de Lei da Anistia, que visa perdoar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. O anúncio foi feito às 22h22, em pronunciamento nas redes sociais. A mobilização conta com apoio da oposição ao governo federal, especialmente da bancada bolsonarista.
O projeto, que gerou grande polarização no Congresso, avança em meio à decisão estratégica de Cavalcante de não divulgar a lista dos parlamentares que subscreveram o requerimento. Segundo o deputado, a medida atende a um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras lideranças partidárias, visando proteger os signatários de eventuais retaliações.
“Não vou divulgar os nomes porque sabemos o quanto esse desgoverno é feroz ao ameaçar, chantagear, e o STF do outro lado também”, declarou Sóstenes, em tom crítico. “Esse compromisso é meu. Fiz isso a pedido do presidente Bolsonaro e outros líderes. O momento é de responsabilidade.”
Sóstenes Cavalcante acaba de protocolar o requerimento de urgência do PL da Anistia com 264 assinaturas
“Diante da pressão covarde do governo para retirada de apoios, antecipei a estratégia. Agora está registrado e público: ninguém será pego de surpresa”, disse.
A decisão de manter a lista sob sigilo contraria a prática usual de transparência legislativa, mas tem sido justificada por aliados como uma forma de evitar perseguições políticas e judiciais. O requerimento ainda precisa ser lido em plenário para que a urgência seja oficialmente aprovada e o texto do PL da Anistia vá à votação direta, sem passar pelas comissões temáticas.
Nos bastidores, a base governista articula para frear o avanço da proposta, enquanto a oposição trabalha para ampliar a base de apoio. Até o momento, o Palácio do Planalto não se manifestou oficialmente sobre a movimentação de Sóstenes.
A expectativa é que, após o feriado de Tiradentes, o tema volte ao centro das atenções em Brasília, com pressão das duas frentes: a que exige justiça contra os envolvidos nos atos antidemocráticos e a que pede o perdão em nome da “pacificação nacional”.
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