Estudo contratado pelo próprio governo aponta que, ano após ano, o Distrito Federal gasta até R$ 92,8 milhões a mais que o necessário, em impostos, para custear o sistema de ônibus. O valor corresponde à verba que as empresas poderiam estar arrecadando com a publicidade nos veículos – mas não estão.
A cifra equivale a pouco mais de 80% dos R$ 115 milhões anuais que o governo quer economizar com as restrições ao Passe Livre Estudantil. Pelo modelo apresentado à Câmara Legislativa, estudantes da rede particular e da UnB que não têm bolsa ou auxílio perderiam o direito às passagens gratuitas.
Para chegar aos R$ 92,8 milhões, é preciso percorrer um cálculo complexo elaborado pela FGV Projetos (veja detalhes abaixo), em um relatório que custou R$ 4,8 milhões ao governo. As conclusões foram entregues em maio mas, oito meses depois, nenhuma medida sobre o tema foi anunciada.
No cálculo mais “conservador” da FGV, a publicidade nos ônibus renderia R$ 32,5 milhões anuais, em vez dos R$ 92,8 milhões. Nesse cenário, cada ônibus seria remunerado em R$ 1.050 por mês – 11,5 vezes mais que os R$ 84,50 que, em média, são cobrados mensalmente para estampar cada veículo, hoje.
No cálculo mais ambicioso – sem descontos e sem agências privadas como intermediárias –, os R$ 92,8 milhões anuais equivaleriam a R$ 3 mil por mês e por ônibus, um valor 34 vezes maior que o cobrado atualmente.
Fonte: g1