Artista ficou quase um mês internada em razão de problemas causados pela doença
Após ficar quase um mês internada, a atriz Nicette Bruno morreu na manhã deste domingo (20), aos 87 anos. Ela estava internada com Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro.De acordo com o boletim médico divulgado no sábado (20), o estado de saúde de Nicette “era considerado muito grave”. Ela estava sedada e dependia de ventilação mecânica para respirar.A informação da morte foi confirmada pela hospital por volta das 13h20. Ainda não há informações sobre locais e datas de velório e enterro da artista.
A TRAJETÓRIA DE NICETTE
Nicette nasceu em Niterói (RJ), no dia 7 de janeiro de 1933. Ainda pequena, aos 4 anos, ela já iniciava a carreira artística em um programa infantil na Rádio Guanabara.
Foi por conta da tradição artística da família, segundo a atriz, que Nicette Xavier Messa, nome de batismo dela, incorporou o sobrenome Bruno, que veio em homenagem à mãe, Eleonor Bruno Xavier, que foi atriz e cantora.
Com cerca de nove anos de idade, a jovem tomou gosto pelo teatro ao ingressar no grupo da Associação Cristã de Moços (ACM).
Foi também a paixão pelo teatro que fez com que, aos 19 anos, Nicette conhecesse Paulo Goulart, com quem compartilhou quase 60 anos de casamento, ao contracenar com o ator na peça “Senhorita Minha Mãe”, em 1952.
Da longa união, que começou em 1954 e só terminou com a morte de Paulo, em 2014, nasceram três filhos que seguiram a carreira dos pais: Paulo Goulart Filho, Bárbara Bruno e Beth Goulart.
Na TV, Nicette iniciou na Tupi, onde fez a primeira adaptação de Sítio do Picapau Amarelo, exibida entre 1952 e 1962. Anos depois, ela estrelaria uma segunda versão da obra de Monteiro Lobato, produzida pela Globo entre 2001 e 2004, como Dona Benta.
Após passar pela Continental e pela Excelsior, Nicette foi para a Globo em 1981 após convite do diretor e ator Fabio Sabag para fazer parte do elenco do seriado “Obrigado, doutor” como a freira Júlia, auxiliar do protagonista interpretado por Francisco Cuoco.
Na emissora, sua primeira novela foi Sétimo Sentido (1982), de Janete Clair. Na obra, deu vida a Sara Mendes, mãe da paranormal de Regina Duarte.
Ao longo dos anos, integrou elencos de novelas como Selva de Pedra (1986), Rainha da Sucata (1990) e Mulheres de areia (1993). Em 1997, interpretou sua primeira vilã em novelas da Globo, a malvada Úrsula, em O amor está no ar.
Em 2020, foi homenageada na versão da Globo de “Éramos seis” ao interpretar madre Joana, uma freira que na reta final encontrava Lola (Gloria Pires), personagem que deu vida na original da TV Tupi.