Testagem em massa e uso de máscaras, aliadas ao isolamento social, são algumas das medidas pioneiras do GDF para conter o avanço da doença | Foto: Breno Esaki / SES |
Projeção da Secretaria de Saúde mostra que teríamos 81 mil infectados até domingo (31). Fim de aglomerações, uso de máscaras e reforço de UTIs foram os principais aliados
Desde o início do mês de março, quando o Governo do Distrito Federal iniciou as medidas preventivas para evitar a proliferação das infecções pelo coronavírus, avaliações diárias do avanço da doença são realizadas. Equipes de estatísticos, técnicos e gestores se debruçam sobre os números, projetando os reflexos de cada situação. E o resultado dessa prática mostra que o caminho é promissor.
Segundo um desses levantamentos, se nada tivesse sido feito pelo Executivo local, o DF já teria sofrido com a morte de pelo menos 7,1 mil pessoas. Atualmente, somados os óbitos de pacientes do Entorno, o cenário é um pouco menos triste: 154 pessoas faleceram vítimas da Covid-19, a doença causada pelo novo vírus. Ou seja, cerca de 2% do número projetado.
O estudo elaborado sob a supervisão do subsecretário de Vigilância à Saúde, o infectologista Eduardo Haje, mostra ainda que, ao final do mês de maio, cerca de 81 mil pessoas teriam sido infectadas na capital da República sem as ações preventivas. “Todas as medidas tomadas foram essenciais para o achatamento da curva de infecção. Isto pode ser comprovado estatisticamente”, explica o médico.
“Sem o isolamento social, por exemplo, já teríamos enfrentado um pico muito alto na segunda quinzena de abril, o que resultaria nesse registro de um número muito maior de óbitos”, acrescenta.
Entre as medidas que ajudaram a conter as infecções, aliviando o impacto na rede de saúde pública, estão a proibição de aglomerações, a obrigatoriedade do uso de máscaras e, ainda, o cuidado com a higiene das mãos. “Foi uma série de fatores, que colaboraram para uma transformação do comportamento das pessoas”, completa Hage.
O mesmo entendimento tem o presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan), Jean Lima. “Se não tivéssemos adotado essas ações, sem dúvidas a situação seria muito pior e poderíamos hoje viver situações até mais complicadas que cidades como Manaus, Rio e São Paulo”, avalia. “O reflexo disto pode ser visto no índice de letalidade. O nosso é o menor do país”, arremata Lima.
Para chegar nesses números, os técnicos da saúde consideraram os números de infectados, de hospitalizados, de casos graves e de leitos de UTIs, além da taxa de letalidade. Também foi considerada a velocidade no avanço da transmissão.