Apesar da resistência do empresariado brasileiro e do mercado financeiro à política de financiamento de bancos públicos a obras no exterior, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citou o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao falar em formas possíveis de financiar o gasoduto Néstor Kirchner.
A declaração foi dada a jornalistas na Casa Rosada, durante a visita oficial à Argentina. O gasoduto pretende levar o gás de xisto da região de Vaca Muerta ao Brasil.
“Se há interesse dos empresários, se há interesse do governo e nós temos um banco de desenvolvimento para isso, eu quero dizer que nós vamos criar as condições para fazer o financiamento que a gente puder fazer para ajudar o gasoduto argentino” afirmou o petista.
Ele disse ainda, “De vez em quando nós somos criticados por pura ignorância, pessoas que acham que não pode haver financiamento para outros países. Eu acho não só que pode, como é necessário que o Brasil ajude a todos os seus parceiros. E é isso que nós vamos fazer dentro das possibilidades econômicas do nosso país. O BNDES é muito grande. Durante a crise de 2008, se não fosse o BNDES e os bancos públicos, a economia brasileira teria quebrado.
Para Lula, foi “graças ao financiamento de R$ 500 bilhões do BNDES” que o Brasil teria sido “o último país a entrar na crise de 2008 e o primeiro a sair”. Ele disse ter orgulho de quando o BNDES tinha mais recursos para financiar do que o Banco Mundial.
No discurso, Lula destacou que tinha orgulho de quando o banco de desenvolvimento financiava obras na América do Sul e nos países africanos.
“Porque é isso que os países maiores têm que fazer, tentando auxiliar os países que têm menos condição em determinado momento histórico” falou.
O presidente da República disse que os empresários brasileiros têm interesse no gasoduto Néstor Kirchner, assim como nos fertilizantes.