O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (16) cotado a R$ 5,865, com leve queda de 0,44% no dia e baixa de 0,11% na parcial da semana. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 0,72%, fechando aos 128.316,89 pontos, embora acumule alta semanal de 0,50%.
Os movimentos do mercado ocorrem um dia após o governo Lula (PT) apresentar o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2026, com promessas de superavit primário que seguem abaixo das expectativas de parte do setor econômico.
Segundo o texto enviado pela equipe econômica, a meta fiscal para 2026 prevê um superavit de R$ 38,2 bilhões, número ligeiramente acima do centro da meta estabelecida, que é de 0,25% do PIB, o equivalente a R$ 34,3 bilhões.
Na prática, a meta conta com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual, permitindo que o governo não apresente déficit, mas também sem exigir avanços expressivos na contenção de gastos ou aumento de receitas.
Questionado sobre a viabilidade da meta, o secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes, tentou minimizar os questionamentos e respondeu: “Não há peça de ficção”.
A previsão do governo para os anos seguintes mantém um crescimento modesto do superavit primário, desconsiderando o pagamento de juros da dívida:
• 2027 – 0,5% do PIB (R$ 73,4 bilhões);
• 2028 – 1,0% do PIB (R$ 157,3 bilhões);
• 2029 – 1,25% do PIB (R$ 210,7 bilhões).
Apesar do discurso de responsabilidade fiscal, o mercado segue cauteloso quanto à capacidade do governo de cumprir as metas em meio ao aumento de gastos e à resistência da base petista em aprovar medidas de controle fiscal mais duras.