Na tarde desta segunda-feira, 6 de janeiro de 2025, o governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, anunciou oficialmente o rompimento das relações diplomáticas com o Paraguai. A decisão foi motivada por declarações do presidente paraguaio, Santiago Peña, que, segundo o comunicado venezuelano, desrespeitam o princípio de não intervenção e ecoam ações consideradas fracassadas de grupos internacionais, como o extinto Grupo de Lima.
O comunicado, emitido pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela, descreve as declarações de Peña como uma tentativa de subordinar a política externa do Paraguai a interesses de potências estrangeiras. Maduro critica duramente o que chamou de “ridícula aventura chamada Guaidó”, em referência ao apoio a iniciativas de oposição contra o governo venezuelano nos últimos anos.
Na nota, a Venezuela afirma que as ações do Paraguai são uma repetição de estratégias políticas, jurídicas e sociais sem sustentação, que já demonstraram fracasso no passado. “É lamentável que governos como o do Paraguai sigam promovendo agendas destinadas a enfraquecer os princípios democráticos e a soberania dos povos livres”, enfatiza o comunicado.
Como resposta, Caracas determinou o encerramento imediato das atividades de seu corpo diplomático no Paraguai e a retirada de seus representantes do território paraguaio. A medida, segundo o governo venezuelano, é um exercício pleno de soberania frente ao que considera uma agressão política.
O governo bolivariano reafirma, ainda, seu compromisso com a defesa da democracia, da paz e da autodeterminação dos povos, pilares da Carta das Nações Unidas. Em tom de resistência, Maduro declarou que nenhuma “bufonaria instaurada desde o fascismo internacional” será capaz de dobrar a vontade do povo venezuelano.
Contexto das tensões
A deterioração das relações entre Venezuela e Paraguai não é recente. O governo paraguaio tem sido um dos críticos mais veementes do regime de Nicolás Maduro na região. Em discursos recentes, Santiago Peña acusou Maduro de violar os direitos humanos e questionou a legitimidade de seu governo, exacerbando o clima de animosidade entre os dois países.
O rompimento diplomático sinaliza um agravamento das tensões na América do Sul, com potenciais impactos para as relações comerciais e políticas entre os países da região.
