O presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, anunciou hoje que não participará da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro de 2025 em Belém (PA), atribuindo sua decisão aos elevados custos de viagem e hospedagem na capital paraense.
Em comunicado à ORF – emissora pública de rádio e televisão da Áustria – o chefe de Estado destacou a necessidade de disciplina orçamentária, depois que reportagens internacionais apontaram diárias que chegaram a US$ 2 000, valor cerca de dez vezes superior ao praticado em conferências climáticas anteriores.
A decisão de Van der Bellen ocorre em meio a uma crise logística que levou o bureau climático da ONU a convocar, em 29 de julho, uma reunião de emergência para debater os custos abusivos de acomodação em Belém, que variaram de US$ 360 a US$ 4 400 por noite, de acordo com documento visto pela Reuters. Diversos países em desenvolvimento alertaram que poderão reduzir ou mesmo cancelar suas participações caso não encontrem alternativas viáveis de hospedagem.
Autoridades brasileiras, sob liderança de André Corrêa do Lago, presidente da COP30, mantêm que “não existe plano B” e defendem a realização integral do evento em Belém, apesar das críticas. O governo local contratou dois navios de cruzeiro para oferecer 6 000 leitos adicionais e destinou quartos a tarifas subsidiadas para nações menos desenvolvidas, mas muitos ainda consideram os valores incompatíveis com a verba oficial da ONU para subsistência.
A ausência de chefes de Estado como Van der Bellen poderá afetar o simbolismo político da COP30, pressionando o Brasil a adotar medidas suplementares para garantir a representatividade de todos os países. Especialistas alertam que essa crise de acomodação pode comprometer a qualidade dos debates, ao restringir a presença de negociadores-chave, sobretudo de grupos mais vulneráveis.
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