O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido com vaias por um pequeno grupo de brasileiros ao chegar a Nova York, no fim da tarde deste domingo (21). A cena ocorreu nas proximidades da residência do representante permanente do Brasil na ONU, em Manhattan. Às 17h57 (hora local), a segurança montou barreiras e afastou os manifestantes da entrada principal.
Os opositores, vestidos com camisas do Brasil e de Jair Bolsonaro, gritaram “Lula ladrão” e pediram que o “Brasil ouvisse Trump”. A hostilidade foi registrada em vídeos nas redes e confirmada por veículos de imprensa. Em meio aos gritos, a comitiva ingressou rapidamente no prédio — sem gesto ao público.
O episódio abre uma semana diplomática delicada. Lula fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral nesta terça-feira (23), tradição brasileira desde 1947. A chegada ocorre sob ruído com Washington após o governo dos EUA impor restrições de mobilidade no visto do ministro da Saúde, Alexandre Padilha — que anunciou que não viajará. Em paralelo, parte da delegação enfrentou incertezas com vistos até a véspera do evento.
Do ponto de vista político, as imagens pesam pelo simbolismo: não houve plateia, mas houve vaias. Em cenário de comitiva mais enxuta e ambiente externo menos amistoso, a narrativa do Planalto tende a ser testada pelo contraste entre o palco da ONU e a crítica de rua — pequena, porém barulhenta.
Agenda — Discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU (terça-feira, 23/9).