Nesta quarta-feira, 25 de junho de 2025, durante a Cúpula da Otan em Haia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que não tinha “nenhuma dúvida” de que seu colega russo, Vladimir Putin, está disposto a resolver o conflito na Ucrânia. Trump afirmou que, diante das conversas no âmbito da aliança, “Putin realmente tem que acabar com essa guerra” e se disse pronto para dialogar diretamente com o líder do Kremlin nos próximos dias .
Na véspera, Trump reuniu-se por cerca de 50 minutos com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, também em Haia. Segundo Zelenskiy, o encontro foi “longo e substantivo” e abordou tanto o fornecimento de baterias Patriot à Ucrânia quanto a necessidade de acelerar negociações de paz. Apesar de elogiar a disposição de Trump em aumentar o apoio militar, Zelenskiy ressaltou que Kiev depende da continuidade desse auxílio para conter ofensivas russas . Paralelamente, os países-membros da Otan comprometeram-se a elevar os investimentos em defesa para 5% do PIB até 2035, uma iniciativa celebrada por Trump como conquista de sua administração .
O conflito teve início em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia lançou uma ofensiva em larga escala contra a Ucrânia. Desde então, embora já tenham sido firmados cessar-fogos parciais — como os acordos intermediados em Istambul em junho de 2022 —, as negociações não resultaram em uma paz duradoura. As declarações de Trump ocorrem justamente quando a guerra se aproxima de seu quarto ano, sem perspectivas claras de resolução .
Durante a coletiva conjunta, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reiterou a solidez do artigo 5 do tratado, destacando que o compromisso de defesa coletiva permanece “inabalável” mesmo diante de divergências sobre metas orçamentárias. Já líderes como o alemão Christian Merz e o britânico Keir Starmer enfatizaram a importância de manter pressão diplomática e militar sobre Moscou, lembrando que qualquer acordo deve respeitar a soberania ucraniana .
Entretanto, fontes do Kremlin advertem que as conversas entre Washington e Moscou poderão tramitar por um canal separado do processo liderado por Kiev, o que levantaria receios de que a Ucrânia seja marginalizada em eventuais cessar-fogos ou acordos — cenário criticado por analistas como ameaça aos interesses ucranianos .
Embora o otimismo de Trump busque projetar uma postura de mediador, permanece incerto se Putin dará passo efetivo rumo à paz ou se as negociações bilaterais poderão minar o papel de Kiev nas discussões. O próximo fórum multilateral, previsto para ocorrer em Istambul no início de julho, será decisivo para avaliar se há, de fato, vontade mútua de estancar o conflito.
Gostou desta matéria? Deixe seu comentário, compartilhe nas redes sociais e participe do debate.
Siga o DFMobilidade no Facebook, X e Instagram para mais conteúdos exclusivos.
— Hamilton Silva
Biografia
Hamilton Silva é jornalista e economista, editor-chefe do portal DFMobilidade. Formado em Economia pela Universidade Católica de Brasília e pós-graduado em Gestão Financeira, é diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP).
Redes sociais do DFMobilidade
• Facebook
• X (Twitter)
• Instagram