O ex-presidente Donald Trump voltou a acusar o FBI de ter “plantado” centenas de agentes na multidão que participou dos atos de 6 de janeiro de 2021, em Washington. Em novas postagens no fim de semana (28.set.2025), ele citou “274 agentes” — versão que também circula com “247” — e afirmou que a atuação teria sido “contra todas as regras”. A cifra passou a ser repercutida por aliados e por parte da imprensa conservadora dos EUA.
Documentos públicos, porém, contam outra história. O relatório do Escritório do Inspetor-Geral do Departamento de Justiça (DOJ OIG), publicado em 12.dez.2024, concluiu que não havia agentes encobertos do FBI nos protestos do Ellipse, no National Mall ou dentro do Capitólio em 6 de janeiro. O órgão registrou a presença de 26 informantes confidenciais (CHSs) vinculados a investigações prévias, dos quais alguns entraram em áreas restritas — sem autorização para violar a lei ou incitar crimes.
De onde vem, então, o número “274”? A origem mais citada é uma reportagem do Blaze News que atribui a “fonte no Congresso” a informação de 274 agentes à paisana “embutidos nas multidões”. A própria matéria admite que não detalha o papel desses servidores. Até o momento, não há publicação oficial que sustente a tese de infiltração prévia para provocar violência.
A controvérsia ganhou novo capítulo quando o atual diretor do FBI, Kash Patel, reconheceu “centenas de agentes” em serviço após a declaração de motim, descrevendo a atuação como missão de controle de multidão, e não de provocação — versão também relatada por veículos como Fox News e Newsweek neste fim de semana. Essas declarações divergem diretamente da narrativa de Trump de que agentes teriam sido “plantados” antes dos distúrbios.
Em síntese: há afirmações políticas recentes (os 274/247 “infiltrados”) e há registros oficiais (26 informantes, nenhum agente encoberto dentro da multidão durante o ato, e ausência de autorização para incitação). Até aqui, o que está documentado é a segunda versão. Novas evidências oficiais — se existirem — precisarão vir a público para mudar esse quadro.
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