O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (14) que o Brasil tenta fazer uma “execução política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em coletiva na Casa Branca, Trump chamou Bolsonaro de “um homem honesto” e disse que o governo brasileiro “tratou muito mal” os EUA no comércio por “muitos e muitos anos”, classificando o país como “um dos piores parceiros comerciais do mundo”.
Questionado sobre a aproximação do Brasil com a China, o presidente americano afirmou “não estar preocupado”, reforçando que a economia norte-americana “está impressionando todo mundo, incluindo a China”. As declarações ocorrem em meio ao acirramento das tensões diplomáticas entre os dois países.
O pano de fundo dessa escalada é a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pela Casa Branca no fim de julho, por ordem executiva assinada por Trump, com vigência a partir de 6 de agosto. Na justificativa, a administração citou, entre outros pontos, críticas às investigações e processos no Brasil — classificados por aliados de Bolsonaro como “caça às bruxas”.
O governo brasileiro tem reagido em duas frentes. No campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que “não vai ficar chorando” caso os EUA reduzam compras do Brasil e que buscará outros mercados. No campo diplomático, o Itamaraty considera “injustificável” o recurso dos EUA à Seção 301 da Lei de Comércio para elevar tarifas e prepara respostas formais.
A crise também ganhou contornos institucionais. Dois dias antes, o Departamento de Estado dos EUA publicou relatório anual que acusa o Judiciário brasileiro de “minar liberdades”, citando decisões do ministro Alexandre de Moraes que retiraram mais de cem perfis do ar na rede X. Em paralelo, uma reunião entre os ministros da Fazenda dos dois países foi cancelada no início da semana, dificultando a negociação sobre o “tarifaço”.
Impactos e próximos passos
No curto prazo, a sobretaxa americana pressiona setores exportadores e amplia a incerteza para empresas brasileiras que operam com os EUA. Brasília tenta, por ora, evitar retaliações comerciais imediatas e aposta em diálogo com importadores e diversificação de mercados enquanto aguarda desfecho das disputas jurídicas e políticas que, no entendimento do Planalto, alimentam a crise bilateral.
Hamilton Silva — Editor-chefe do DFMobilidade, jornalista há 13 anos e economista pela Universidade Católica de Brasília. Vice-presidente do Rotary Club de Brasília (O Pioneiro) e diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP).
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