Em Jerusalém, os manifestantes bloquearam ruas e se concentraram em frente à residência oficial do primeiro-ministro benjamin Netanyahu, enquanto em Tel Aviv, a principal rodovia da cidade foi tomada por uma multidão segurando bandeiras com fotos dos reféns mortos.
Por Redação
Grandes protestos eclodiram em Israel no domingo após a confirmação da morte de seis reféns em Gaza, intensificando a frustração com o governo de, acusado de falhar em assegurar um acordo de cessar-fogo que poderia salvar os prisioneiros israelenses.
Manifestações reunindo cerca de 500.000 pessoas tomaram as ruas de Jerusalém, Tel Aviv e outras cidades importantes, segundo estimativas da mídia israelense. Os manifestantes exigiram que o primeiro-ministro intensifique os esforços para libertar os 101 reféns restantes, dos quais aproximadamente um terço, segundo autoridades israelenses, já teria morrido.
Em Jerusalém, os manifestantes bloquearam ruas e se concentraram em frente à residência oficial do primeiro-ministro, enquanto em Tel Aviv, a principal rodovia da cidade foi tomada por uma multidão segurando bandeiras com fotos dos reféns mortos. A polícia utilizou canhões de água para dispersar as manifestações e, segundo a mídia local, 29 pessoas foram presas.
Líderes trabalhistas convocaram uma greve geral para segunda-feira (02/09), em um esforço para pressionar o governo a negociar um cessar-fogo que permita a libertação dos reféns.
O exército israelense informou a recuperação dos corpos dos reféns em um túnel na cidade de Rafah, no sul de Gaza. Entre as vítimas, cujos corpos foram devolvidos a Israel, estão Carmel Gat, Hersh Goldberg-Polin, Eden Yerushalmi, Alexander Lobanov, Almog Sarusi e Ori Danino. Exames forenses indicaram que eles foram executados com tiros à queima-roupa por militantes do Hamas, entre 48 e 72 horas antes.
Netanyahu, sob intensa pressão para encerrar quase 11 meses de conflito, declarou que Israel não descansará até que os responsáveis sejam capturados. “Quem assassina reféns não busca um acordo”, afirmou o primeiro-ministro. Em resposta, líderes do Hamas alegaram que a recusa de Israel em assinar um cessar-fogo seria a verdadeira responsável pelas mortes dos prisioneiros.
Desde o início do conflito em outubro, quando o Hamas e outros grupos militantes realizaram ataques que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e na captura de 250 reféns, Israel tem realizado uma ofensiva massiva em Gaza. O Ministério da Saúde de Gaza relata que pelo menos 40.738 palestinos foram mortos, enquanto a situação humanitária no enclave, que abriga 2,3 milhões de pessoas, se deteriora rapidamente.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressou sua “profunda tristeza e indignação” pela morte dos reféns, incluindo a israelense-americana Hersh Goldberg-Polin. Biden reafirmou que os líderes do Hamas “pagarão por esses crimes” e que os esforços para garantir um acordo de cessar-fogo continuam.
Paralelamente aos protestos e à violência, Israel e Hamas concordaram em cessar temporariamente os combates em algumas áreas de Gaza para permitir uma campanha de vacinação contra a poliomielite, que visa imunizar 640.000 crianças. A campanha teve início após a confirmação de um caso de paralisia infantil no território, o primeiro em 25 anos.
Apesar das tentativas de negociação mediadas por Estados Unidos, Catar e Egito, um acordo de cessar-fogo ainda não foi alcançado, agravando a crise e aumentando a pressão sobre as lideranças de ambos os lados.