Protestos de “Geração Z” derrubam premiê comunista no Nepal; Parlamento e sedes do Judiciário são incendiados

Foto: Foto da sede da Justiça do Nepal/Reprodução do X
Foto: Foto da sede da Justiça do Nepal/Reprodução do X

Em apenas seis horas, o Nepal acordou. Redes bloqueadas incendiaram almas, e a juventude transformou a censura em revolução.

Katmandu — Uma onda de protestos liderada por jovens contra o bloqueio de redes sociais e a corrupção no governo levou à renúncia do primeiro-ministro K. P. Sharma Oli, figura central do campo comunista nepalês. Os atos, que se espalharam por Katmandu e outras cidades, deixaram ao menos 19 mortos após confrontos com a polícia e culminaram em incêndios a prédios públicos, inclusive o Parlamento; veículos internacionais e jornais locais relataram também focos de fogo em tribunais. A medida que detonou a revolta foi a proibição de dezenas de plataformas — movimento interpretado como censura e gatilho político para a mobilização juvenil.

O que aconteceu — O governo impôs um bloqueio nacional a redes como Facebook, Instagram e WhatsApp, sob a justificativa de falta de registro formal das plataformas no país. A decisão acendeu atos espontâneos e coordenados por estudantes e jovens trabalhadores, que passaram a se identificar como “protestos Gen Z”.
— A repressão policial escalou rapidamente. Em 24 horas, houve registro de tiros com munição letal, mortos e feridos em diferentes pontos da capital. Organizações de direitos humanos criticaram o uso desproporcional da força.
— Diante da pressão nas ruas, o premiê K. P. Sharma Oli apresentou renúncia. A crise, porém, não arrefeceu: manifestantes incendiaram o prédio do Parlamento e depredaram estruturas do Executivo. Vídeos verificáveis mostram chamas consumindo a sede legislativa em Katmandu.
— Imprensa local noticiou incêndios também contra a Suprema Corte, a Corte Especial e o Tribunal Distrital de Katmandu; autoridades judiciais relataram vandalismo e remoção de documentos. Essas informações ainda passam por consolidação independente.

Contexto político Desde a queda da monarquia, a política nepalesa tem sido dominada por forças de esquerda — entre elas o Partido Comunista do Nepal (UML), de Oli, e o Centro Maoísta. A insatisfação atual mescla fadiga com a elite política tradicional, denúncias de má gestão e um quadro econômico difícil. A tentativa de controlar o debate público via bloqueio digital deslocou a disputa para as ruas e pôs o Judiciário e o Parlamento no centro da ira popular.

Linha do tempo essencial — Segunda-feira (8/9): Bloqueio de redes, início dos protestos, 19 mortos em confrontos; toque de recolher e reforço policial.
— Terça-feira (9/9): Renúncia de Oli; incêndio no Parlamento; relatos de ataques a edifícios do Judiciário; rumores sobre fechamento do aeroporto foram desmentidos pelo serviço de rastreio de voos.

O que está em disputa agora — Transição de poder: sem um anúncio de junta militar ou de “tomada” institucional, a queda se configura, por ora, como colapso político induzido pela rua, não como golpe clássico. Lideranças tentam costurar uma saída constitucional enquanto parte da oposição pede novas eleições.
— Liberdades digitais: a revogação (ou não) do bloqueio e o desenho de uma regulação de plataformas — sem censura — serão teste imediato de legitimidade para qualquer governo interino.
— Responsabilização: a pressão por investigações independentes sobre as mortes e sobre os incêndios cresce, com apelos de entidades de direitos humanos e da imprensa internacional.

O que está confirmado x o que falta checar Confirmado
• Bloqueio de redes sociais como estopim dos protestos.
• Ao menos 19 mortos em confrontos.
• Renúncia do primeiro-ministro K. P. Sharma Oli.
• Incêndio e vandalismo no Parlamento em Katmandu.

Em verificação/relatos iniciais
• Incêndios e depredações em sedes do Judiciário (Suprema Corte, Corte Especial e Tribunal Distrital de Katmandu).

Serviço ao leitor (logística e boatos) — Circulou nas redes que o aeroporto de Katmandu teria sido fechado. A Flightradar informou não haver confirmação oficial de fechamento total do terminal no momento do comunicado.

Legenda sugerida para a foto “Suprema Corte do Nepal em chamas durante a crise política em Katmandu (9.set.2025).” (Use crédito da agência/fotógrafo conforme a imagem efetivamente selecionada.)

 


Atualizaremos esta matéria à medida que novas confirmações oficiais forem publicadas e verificadas por fontes independentes.

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