O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou nesta quarta-feira (22) a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições gerais no país para o dia 4 de julho. A decisão inesperada anunciada por Sunak ocorre no momento em que os conservadores estão atrás da oposição trabalhista, de acordo com todas as pesquisas, e no mesmo dia em que foi divulgado que a inflação caiu em abril para 2,3%, seu nível mais baixo em quase três anos.
Sob a incessante chuva de Londres, o premiê britânico apareceu por pouco menos de oito minutos para explicar à imprensa que havia informado previamente o rei Charles III de sua intenção de convocar as eleições em 4 de julho, embora pudesse ter feito isso a qualquer momento antes de 28 de janeiro, no fim da legislatura.
Depois de afirmar que o Reino Unido passou por seu momento mais difícil desde a Segunda Guerra Mundial, Sunak disse que seu governo se concentrou em restaurar a estabilidade econômica do país após a pandemia de Covid-19.
– Entrei no governo prometendo estabilidade econômica e, por meio de um esforço coletivo, alcançamos dois marcos: nossa economia está crescendo mais rápido do que qualquer um esperava (…) e a inflação voltou ao normal. Essa é a prova de que nossas prioridades estão funcionando – acrescentou.
Em uma declaração que transformou em seu primeiro comício de campanha, Sunak disse que o Reino Unido terá que escolher entre seus conservadores e Keir Starmer, do Partido Trabalhista, o que, segundo ele, “seria como voltar à estaca zero”.
– Starmer demonstrou repetidamente que sempre escolherá o caminho mais fácil – disse o primeiro-ministro, depois de se apresentar como alguém que tomou medidas difíceis e impopulares quando necessário.
Sunak havia reiterado na sessão de controle do governo no Parlamento que pretendia convocar as eleições no segundo semestre deste ano, mas não quis especificar quando.
Questionado pelo líder dos nacionalistas escoceses na Câmara dos Comuns, Stephen Flynn, sobre as muitas especulações a respeito de uma eleição antecipada, Sunak insistiu em sua intenção de realizar as eleições no segundo semestre do ano, sem esclarecer quando.
Ele acrescentou que os trabalhistas, o principal partido de oposição britânico, “colocariam em risco a estabilidade econômica duramente conquistada” e avisou que os conservadores “estão proporcionando um futuro seguro para o Reino Unido”.
O anúncio pegou analistas e especialistas de surpresa, dada a diferença de 20 pontos que as pesquisas mostram que os trabalhistas têm sobre os conservadores, o que poderia ser suficiente para que eles alcançassem a maioria absoluta.
Além disso, há apenas três semanas, foram realizadas eleições locais nas quais os conservadores tiveram resultados historicamente baixos, com a perda de metade de seus prefeitos nas localidades em que houve votação.
*PN