Em depoimento à Comissão de Direitos Humanos Tom Lantos, no Congresso dos Estados Unidos, nesta terça-feira (24/06), o jornalista e youtuber bolsonarista Paulo Figueiredo Filho acusou o ministro Alexandre de Moraes de atuar como um “ditador disfarçado de juiz” e de liderar uma campanha sistemática de repressão contra opositores políticos e jornalistas de direita .
Figueiredo, neto do general João Batista Figueiredo, último presidente da ditadura militar, relatou que, em 2019, teve prisão preventiva decretada no Brasil e passou 17 dias em um centro de detenção na Flórida após sua inclusão na lista vermelha da Interpol. Segundo ele, o caso foi arquivado, mas custou mais de US$ 1 milhão em honorários jurídicos .
Em 2022, o ministro do STF teria ordenado o bloqueio de todas as suas contas bancárias, o cancelamento do passaporte e o bloqueio de perfis em redes sociais, medidas que o forçaram a permanecer em exílio nos Estados Unidos. “Alexandre de Moraes me alvejou novamente por falar verdades inconvenientes”, declarou .
Durante a audiência, Figueiredo também expôs casos de repressão contra o influenciador Allan dos Santos — que ficou mais de dois anos sob alerta vermelho da Interpol mesmo sem evidências criminais — e a inclusão da deputada Carla Zambelli em prisão preventiva enquanto fazia tratamento médico nos EUA . Ele citou ainda o deputado Eduardo Bolsonaro, em “exílio político” no país, para escapar de um inquérito aberto pelo STF por denúncias de abusos .
Copresidida pelos congressistas James P. McGovern e Chris Smith, a Comissão Tom Lantos analisa definições e respostas multilaterais à repressão transnacional, incluindo casos na Índia, Paquistão, Hong Kong e China . Na sequência, parlamentares americanos levantaram discordâncias sobre a amplitude das decisões do STF no contexto internacional . Ainda não há manifestação oficial do Supremo Tribunal Federal sobre as denúncias apresentadas.
Hamilton Silva
Jornalista e economista, editor-chefe do portal DFMobilidade.
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