Nicolás Maduro tomou posse hoje para seu terceiro mandato como presidente da Venezuela, em uma cerimônia realizada no Palácio Federal Legislativo, em Caracas. O evento ocorreu sob forte esquema de segurança, com presença maciça de policiais, militares e agentes de inteligência. Apoiadores de Maduro, muitos vestindo camisetas pró-governo, reuniram-se nas proximidades para demonstrar seu suporte.
A reeleição de Maduro tem sido alvo de intensas contestações, tanto internas quanto internacionais. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor das eleições de julho de 2024 com 51,2% dos votos, enquanto o opositor Edmundo González teria obtido 44,2%. No entanto, a oposição alega possuir evidências de que González venceu com 67% dos votos, acusando o governo de fraude eleitoral.
A comunidade internacional está dividida quanto ao reconhecimento do novo mandato de Maduro. Países como Rússia, China, Irã e Cuba mantêm seu apoio ao presidente venezuelano, enquanto Estados Unidos, Argentina e Uruguai reconhecem González como legítimo vencedor. A União Europeia e a Espanha expressaram rejeição à reeleição de Maduro, embora sem reconhecimento formal de González.
Durante a cerimônia de posse, Maduro defendeu a legitimidade de seu governo, afirmando cumprir com a constituição e acusando potências externas de agressão contra a Venezuela. Ele prometeu garantir “paz e soberania nacional” nos próximos seis anos de mandato.
Paralelamente, o líder opositor Edmundo González, reconhecido por diversos países como presidente eleito, reiterou sua intenção de retornar à Venezuela para assumir simbolicamente a presidência. Atualmente exilado na República Dominicana, González enfrenta um mandado de prisão emitido pelo governo de Maduro, que controla as forças armadas e o aparato estatal.
A situação política na Venezuela permanece tensa, com manifestações de opositores sendo reprimidas pelas forças de segurança. A líder opositora María Corina Machado foi detida brevemente após participar de protestos em Caracas, intensificando as acusações de violação dos direitos humanos por parte do governo.
A posse de Maduro para um terceiro mandato aprofunda a crise política e social na Venezuela, com a oposição e parte da comunidade internacional questionando a legitimidade do processo eleitoral e denunciando a repressão contra dissidentes. Observadores internacionais continuam a monitorar a situação, enquanto a população venezuelana enfrenta desafios econômicos e sociais significativos.