A Comissão Europeia abriu uma investigação antitruste sobre o Facebook nesta sexta-feira (4) para avaliar se a empresa americana violou as regras de concorrência da União Europeia (UE) ao usar dados de publicidade de anunciantes, a fim de competir com eles em mercados como os anúncios classificados.
A Comissão explicou em um comunicado que a investigação formal também examinará se o Facebook vincula seu serviço de anúncios classificados online Facebook Marketplace à sua rede social, em violação às regras de concorrência da UE.
– Quase três bilhões de pessoas usam o Facebook mensalmente e quase sete milhões de empresas anunciam no Facebook no total – destacou a vice-presidente executiva e chefe de Concorrência da Comissão Europeia, Margrethe Vestager.
Vestager acrescentou que o gigante da tecnologia “coleta grandes quantidades de dados de atividades do usuário em sua rede social e além, permitindo-lhe atingir grupos específicos de clientes”.
– Vamos verificar se esses dados dão ao Facebook uma vantagem competitiva indevida, especialmente no setor de classificados online – ressaltou a comissária dinamarquesa.
Vestager lembrou que neste setor o Facebook concorre com empresas das quais também coleta dados:
– Na economia digital de hoje, os dados não devem ser usados de forma a distorcer a concorrência – frisou.
Por sua vez, um porta-voz da rede social disse em um comunicado que “estamos sempre desenvolvendo novos e melhores serviços para atender às novas demandas das pessoas que usam o Facebook”.
Nesse sentido, afirmou que os sites de compras (Marketplace) e encontros (Dating) “oferecem mais opções às pessoas”, acrescentando que “ambos os produtos operam em um ambiente altamente competitivo com muitos grandes operadores”.
– Continuaremos cooperando plenamente com as investigações para mostrar que são infundadas – completou.
A Comissão Europeia indicou que conduzirá sua investigação em uma base “prioritária” e recordou, em todo o caso, que a abertura do processo “não prejudica seu resultado”.
De sua parte, o Reino Unido também iniciou sua própria investigação sobre o uso de dados do Facebook hoje, e a Comissão espera trabalhar “em estreita colaboração” com as autoridades britânicas no curso das investigações independentes.
A Comissão destacou também que não há prazo legal para a conclusão de uma investigação antitruste e que sua duração depende de fatores como a complexidade do caso, o grau de cooperação das empresas em questão e o exercício do direito de defesa.
Com informações do Pleno News
