EUA executam operação audaciosa na embaixada argentina em Caracas e resgatam prisioneiros políticos venezuelanos

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Na madrugada de 7 de maio de 2025, uma equipe dos Estados Unidos realizou uma ação considerada “precisa” para retirar cinco opositores do regime de Nicolás Maduro que estavam abrigados há mais de um ano no prédio da embaixada da Argentina em Caracas. Segundo o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, todos os ativistas já se encontram em solo norte-americano em segurança, após um deslocamento que coincidiu com a visita oficial de Maduro à Rússia. A operação, que não teve detalhes táticos divulgados, contou com o apoio diplomático da Argentina e, indiretamente, do Brasil, que desde agosto de 2024 tutelava o local devido à ruptura das relações entre Buenos Aires e Caracas .

De acordo com Marco Rubio, a operação “ressaltou a determinação dos Estados Unidos de combater a repressão e proteger os defensores da democracia em toda a América Latina”. Em publicação na rede social X, o secretário elogiou o resgate e afirmou que o “regime ilegítimo de Maduro minou as instituições da Venezuela, violou direitos humanos e colocou em risco a segurança regional”. Entre os resgatados estavam dirigentes alinhados à ex-candidata María Corina Machado, todos sob ordens de prisão emitidas após as disputadas eleições de julho de 2024 .

O governo de Caracas, por sua vez, negou ter sido surpreendido e afirmou que as saídas foram fruto de negociações com autoridades estrangeiras — uma versão refutada por testemunhas e pela oposição. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, classificou a narrativa de “resgate” como uma “farce” e alegou que não houve qualquer uso de força ou violação de soberania. Ontem, o Palácio Miraflores não comentou oficialmente a ação, mantendo silêncio sobre as circunstâncias exatas que permitiram a evacuação dos asilos diplomáticos .

A operação expõe o grau de fragilidade do regime chavista, cujas instituições sofreram sucessivos entraves desde a reeleição contestada de Maduro. Além disso, reacende a controvérsia em torno do Foro de São Paulo — fundado em 1990 por Fidel Castro e o então presidente do Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva — uma aliança de partidos e movimentos de esquerda que historicamente buscou moldar agendas políticas regionais. Críticos apontam que o fórum serve como elo para estreitar laços entre governos progressistas, enquanto defensores afirmam que se trata apenas de um espaço de debate ideológico .

Em dezembro de 2024, a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou veementemente o cerco ao edifício diplomático argentino em Caracas, classificando-o como violação das convenções de Viena sobre inviolabilidade de missões estrangeiras. Após o resgate, o órgão reiterou a necessidade de respeito absoluto ao estatuto diplomático e advertiu para os riscos de escalada de tensões, que podem comprometer iniciativas de integração regional e minar a credibilidade de mecanismos multilaterais como a CELAC e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) .

O episódio reforça o papel dos Estados Unidos como ator de pressão contra regimes considerados autoritários na América Latina, ao mesmo tempo em que aprofunda o debate sobre soberania nacional e autodeterminação dos estados da região. A repercussão política deverá influenciar o cenário pré-eleitoral em diversos países, especialmente naqueles sob a influência da “marea rosa”, motivando tanto coalizões de oposição como manobras de fortalecimento de ministros e lideranças governistas alinhadas ao eixo Caracas-La Habana.


 

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