O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou hoje, por meio do Narcotics Rewards Program, o aumento da recompensa para até US$ 25 milhões por informações que resultem na prisão e/ou condenação de Nicolás Maduro Moros, presidente da Venezuela e acusado de chefiar o Cártel de Los Soles .
O montante revisitado pela diplomacia americana supera em US$ 10 milhões a oferta inicial, feita em março de 2020, quando o governo norte-americano já havia apresentado denúncia formal contra Maduro por conspiração de narcoterrorismo e tráfico de entorpecentes, em uma ação conduzida pelo Escritório do Procurador do Distrito Sul de Nova York . Naquela ocasião, além de Maduro, foram denunciados altos oficiais venezuelanos que compõem o núcleo do esquema, incluindo Diosdado Cabello Rondón, tido como “número 2” da estrutura.
Segundo o comunicado oficial publicado no site do Departamento de Estado, a elevação para US$ 25 milhões visa intensificar a pressão sobre o regime de Caracas, que, conforme autoridades americanas, mantém rotas de cocaína com destino aos Estados Unidos e utiliza redes estatais para financiar operações de grupos armados na América Latina . A mesma nota menciona a imposição de novas sanções de visto a funcionários venezuelanos alinhados a Maduro, em consonância com a Proclamação Presidencial 9931.
A medida recebeu eco em atos coordenados com parceiros europeus: União Europeia, Reino Unido e Canadá anunciaram sanções simultâneas contra altos funcionários venezuelanos acusados de fraudar o processo eleitoral de julho de 2024 e reprimir opositores políticos . Analistas apontam, porém, que a eficácia da recompensa dependerá da colaboração de agências locais, do Estado colombiano e de eventuais delatores no entorno do governo de Caracas.
Para o Governador do Banco Interamericano de Desenvolvimento, a escalada das sanções reflete “o compromisso internacional em responsabilizar criminalmente quem instrumentaliza o aparato estatal para enriquecer-se às custas do tráfico” – avaliação que corrobora o discurso da administração Biden de apoiar a “transição democrática” na Venezuela.
Implicações
- Isolamento político: O reforço financeiro ao programa de recompensas deve dificultar o reconhecimento internacional do governo Maduro.
- Pressão sobre aliados: Países que ainda mantêm relações comerciais com Caracas, como China e Rússia, podem ser obrigados a rever seu posicionamento.
- Risco de retaliação: Especialistas em segurança alertam para possíveis represálias contra agentes envolvidos na obtenção de informações.
Sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista e economista, editor-chefe do portal DFMobilidade.
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