Em 9 de julho de 2025, o governo dos Estados Unidos aprovou, por meio de decreto presidencial, um acordo comercial que elimina tarifas de importação para 80% das exportações argentinas destinadas ao mercado americano, enquanto os 20% restantes ficarão sujeitos a uma alíquota de apenas 10% .
Segundo dados oficiais, o pacto abrange cerca de 100 itens — entre vinhos, limões e algodão —, que representam entre 70% e 80% do total exportado pela Argentina aos EUA. Exceções foram mantidas para o aço e o alumínio, ambos considerados estratégicos para a segurança nacional norte-americana, e que seguem tarifados em 50% .
As negociações tiveram início em 14 de abril de 2025, durante visita do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a Buenos Aires. Em Washington, o ministro argentino das Relações Exteriores e do Comércio Exterior, Gerardo Werthein, e o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, avançaram nas conversas que resultaram na proposta de isenção tarifária de 10% para os produtos do Mercosul, posteriormente expandida à tarifa zero para os 100 bens selecionados .
A expectativa é de que a medida impulsione a recuperação econômica argentina, já que em 2024 o país exportou US$ 6,395 bilhões em bens para os Estados Unidos — um crescimento de 13,2% em relação a 2023 — e registrou um comércio bilateral total de US$ 16,3 bilhões . Em contrapartida, no mesmo dia, o governo americano anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, provocando forte reação do setor exportador do Brasil .
Fontes do mercado projetam que o acordo será formalizado oficialmente ainda nas próximas semanas, com a Casa Branca avaliando o melhor timing político para o anúncio. Analistas internacionais apontam que o movimento reforça o alinhamento entre o governo de Javier Milei e a administração de Donald Trump, ao passo em que expõe eventuais fragilidades do Brasil no cenário de disputas comerciais globais
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