Em Estocolmo, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, advertiu autoridades chinesas de que a manutenção das importações de petróleo russo sancionado poderá resultar na aplicação de tarifas de até 100%, conforme legislação atualmente em tramitação no Congresso norte-americano que autoriza o presidente a impor tarifas de até 500% contra países que descumprirem as sanções contra Moscou .
A medida integra um arsenal de sanções secundárias destinado a cortar o fluxo financeiro ao Kremlin, em resposta à invasão da Ucrânia iniciada em fevereiro de 2022. A legislação pendente prevê instrumentos “nucleares” para compelir parceiros comerciais a interromperem o fornecimento de energia à Rússia .
Em paralelo, o presidente Donald Trump encurtou, no início de julho, o prazo para que a Rússia apresente avanços rumo a um acordo de paz — de 50 para 10-12 dias — sob pena de ver seus compradores de petróleo sancionados com tarifas de 100% sobre as importações, decisão que reforça o grau estratégico da ameaça .
Segundo Bessent, ao ser questionados, diplomatas chineses reafirmaram o compromisso de Pequim com sua “soberania energética”, indicando disposição até mesmo a arcar com as tarifas para garantir o abastecimento interno .
Entretanto, analistas de risco geopolítico apontam que tais sanções podem se revelar um instrumento “rudimentar” e provocar aumento acentuado nos preços do petróleo, pressionando ainda mais a inflação global. Fernando Ferreira, diretor da Rapidan Energy Group, avalia que “se você estiver disposto a usar a opção nuclear cortando milhões de barris por dia, corre-se o risco de um colapso econômico mundial” .
Caso a tarifa de 100% seja efetivamente aplicada, os mercados internacionais de energia — que já precificam incertezas sobre oferta — poderão registrar elevações significativas, considerando que a Rússia exportou 4,68 milhões de barris diários de petróleo em junho, cerca de 4,5% da demanda global .
Fica agora em aberto o desdobramento das negociações entre EUA e China e o grau de disposição de Pequim em alterar sua política energética. O tema segue no centro das discussões comerciais em Estocolmo, com desdobramentos que podem redesenhar o equilíbrio geopolítico e os fluxos de energia no médio prazo .
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