Em resposta à ativistas críticos ao mecanismo de pena de morte nos Estados Unidos, o governo de Joe Biden anunciou a suspensão temporária de todas as execuções determinadas pela Justiça Federal. Merrick Garland, secretário de Justiça norte-americano, afirmou que os procedimentos serão revisados para evitar “arbitrariedades” nas condenações de negros e brancos, e que a “assustadora” quantidade de mudanças de sentença serão analisadas.
– O Departamento de Justiça deve garantir que todos no sistema de justiça criminal federal tenham não somente os direitos garantidos pela Constituição e as leis dos Estados Unidos, mas também sejam tratados de forma justa e humana. Essa obrigação tem força especial em casos capitais – diz trecho do comunicado.
Garland, porém, não confirmou se o Departamento de Justiça pedirá aos tribunais federais que evitem penas de morte, como querem ativistas dos direitos humanos e setores do Partido Democrata.
Um estudo do Centro de Informações sobre a Pena de Morte revelou que a cada 8,3 pessoas condenadas à morte, uma foi inocentada ou teve a pena alterada antes da execução. A pesquisa também aponta que entre os executados, 55,7% são brancos, 34,2% negros, 8,4% hispânicos e 1,8% de outras origens. Os números apresentam disparidade quando levado em conta o último Censo do país, que registrou que brancos representam 76,3% da população, os negros 13,4% e os hispânicos 18,5%.
O presidente Joe Biden é o primeiro no cargo a se opor à pena de morte. O tema foi uma de suas bandeiras de campanha, quando o democrata se comprometeu a encerrar à pena capital na esfera federal, e incentivar os estados a fazerem o mesmo. Porém, nenhuma ação neste sentido foi tomada desde sua posse em janeiro deste ano, o que despertou críticas de apoiadores.
Com informações do Pleno News
