Na noite deste domingo, 5 de janeiro, Edmundo González, líder eleito pela oposição venezuelana, divulgou um vídeo em suas redes sociais, direcionado às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB). No discurso, González clamou pela unidade e pelo respeito à vontade popular, reiterando a legitimidade de sua eleição e prometendo assumir a presidência no próximo dia 10 de janeiro.
“É nosso dever atuar com honra, mérito e consciência, guiados pelos valores que nos unem como uma instituição fundamental da República”, declarou González. Ele criticou a cúpula militar alinhada ao governo de Nicolás Maduro, acusando-a de desviar-se dos princípios constitucionais e de não garantir estabilidade nem futuro para a Venezuela.
O líder opositor destacou que muitos membros das Forças Armadas expressaram desejo de mudança nas urnas, reforçando seu apelo para que a instituição seja a guardiã da soberania nacional e do respeito à vontade popular. “Nossa missão é restaurar a soberania popular manifestada no voto, garantir a paz e a estabilidade da nossa nação”, afirmou.
Apoio e desafios
Enquanto González reforça sua campanha pela transição de poder, o governo de Nicolás Maduro segue recebendo o respaldo da cúpula militar. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, reafirmou recentemente a lealdade da FANB a Maduro, classificando os apelos oposicionistas como “atos de subversão”.
O vídeo de González rapidamente viralizou, somando milhões de visualizações e reacendendo o debate sobre o futuro político da Venezuela. Nas redes sociais, cidadãos apoiaram a mensagem, mas críticos levantaram dúvidas sobre a capacidade do líder opositor de mobilizar as Forças Armadas.
Contexto político
Edmundo González foi eleito em 28 de julho de 2024, em eleições amplamente reconhecidas pela comunidade internacional, mas consideradas ilegítimas pelo regime de Maduro. Desde então, o opositor tem buscado apoio internacional e nacional para assumir a presidência. Em exílio na Espanha, González anunciou que retornará à Venezuela nos próximos dias.
A oposição, liderada por González e outros nomes como María Corina Machado, convocou manifestações para 9 de janeiro, um dia antes da posse presidencial de Maduro, marcada para o dia 10. Os próximos dias prometem ser decisivos para o futuro político da Venezuela.
Repercussões internacionais
A comunidade internacional permanece dividida sobre o reconhecimento de Edmundo González como presidente legítimo. Países como Estados Unidos e Argentina apoiam o líder opositor, enquanto aliados de Maduro, como Rússia e China, reafirmaram sua posição ao lado do atual governo.
Com a data da transição de poder se aproximando, a Venezuela entra em uma semana de expectativas e tensões, à espera de desdobramentos que podem mudar o rumo da nação.