EUA cobram Lula e veem avanço após Câmara reagir à “instrumentalização política” da Justiça
O governo dos Estados Unidos voltou a criticar, de forma direta, a utilização do sistema judicial brasileiro para fins político-partidários — uma cobrança que vinha sendo feita de maneira reservada nos últimos meses, segundo fontes diplomáticas. A manifestação pública ocorreu por meio do vice-secretário de Estado Christopher Landau, que comentou a aprovação, pela Câmara dos Deputados, de um projeto de lei destinado a impedir abusos e distorções no uso do processo legal.
Em nota divulgada em sua conta oficial, Landau afirmou que Washington “expressou consistentemente preocupação” com tentativas de “instrumentalizar diferenças políticas por meio do Judiciário” no Brasil. Ele classificou a aprovação do texto pela Câmara como “um primeiro passo” para enfrentar esses abusos e como sinal de que um caminho de recomposição das relações bilaterais começa a se formar.
A declaração representa um recado público ao governo Lula, que vinha sofrendo críticas internacionais por decisões judiciais interpretadas como excessivas ou politicamente orientadas. Embora o Departamento de Estado tenha evitado mencionar casos específicos, diplomatas norte-americanos têm reiterado, em comunicados oficiais, a necessidade de que instituições brasileiras atuem com previsibilidade, limites claros e imparcialidade — condição que, segundo eles, é fundamental para a confiança política e econômica entre os países.
A reação positiva à movimentação do Congresso reforça, na prática, que a interlocução com Brasília depende da capacidade do governo federal de garantir segurança jurídica e afastar a percepção de perseguições políticas via processos judiciais. Para os EUA, o avanço do projeto pode reduzir tensões recentes e abrir espaço para maior cooperação estratégica, especialmente nas áreas de comércio, tecnologia e segurança.
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