As fortes perdas nos mercados de ações globais continuam nesta segunda-feira (7) refletindo o pânico dos investidores com a intensificação da guerra comercial na sexta-feira (4), quando a China anunciou retaliação contra as tarifas dos Estados Unidos.
O câmbio, no Brasil, abriu o dia em alta, cotado a R$ 5,88 na venda. Às 11h00, a moeda acelerava alta, subindo 1%, a R$ 5,9008. Já o Ibovespa abriu com baixo recuo, mas as perdas se acentuaram. No mesmo horário, a bolsa brasileira recuava 1,9%, aos 124.844 mil pontos.
Em Wall Street, os índices derretem na abertura e o S&P 500 opera próximo ao território de “bear market” (mercado baixista) – expressão usada para períodos que os mercados enfrentam desvalorizações e pessimismo por parte dos investidores.
Do outro lado do mundo, alguns índices da Ásia contabilizaram piores resultados desde 1997.
Veja os mercados pelo mundo:
Nos Estados Unidos
As ações nos EUA despencam nesta segunda-feira, com os mercados ao redor do mundo caindo devido a preocupações sobre como as tarifas de Trump podem prejudicar a economia global e prejudicar o crescimento econômico dos EUA.
Os mercados abriram em território de baixa, chamado de bear market – um declínio de 20% em relação ao pico recente – após uma derrota histórica na Ásia e perdas massivas na Europa.
O Dow tem forte queda de 3,55%. O S&P 500 mais amplo, 4,51%, abrindo em território de bear market. O Nasdaq Composite tomba 4,97%.
O S&P 500 atingiu uma alta recorde há menos de sete semanas, em 19 de fevereiro. Se o índice fechar em território de mercado de baixa, essa seria a segunda mudança mais rápida de pico para mercado de baixa da história (a mais rápida ocorreu durante a pandemia de 2020).
O indicador de medo de Wall Street, o Cboe Volatility Index, ou VIX, subiu para níveis não vistos desde a pandemia de Covid-19, enquanto os investidores se preocupam com o próximo movimento do mercado.
Na Europa
O principal índice acionário da Europa recuou para o seu menor nível em 16 meses nesta segunda-feira, com os investidores ponderando sobre a possibilidade de uma recessão, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não forneceu sinais de que vai desistir de sua agressiva guerra comercial.
O índice STOXX 600 caía 4,2%, a 475,15 pontos, recuando pela quarta sessão consecutiva e a caminho de seu maior declínio percentual em um dia desde a pandemia da Covid-19.

No fim de semana, Trump disse a repórteres que ele não fará um acordo com a China até que o déficit comercial dos EUA seja resolvido, provocando uma nova onda de perdas nos mercados asiáticos.
“Havia alguma esperança no fim de semana de que talvez pudéssemos ver o início de uma negociação, mas as mensagens que vimos até agora sugerem que o presidente Trump está confortável com a reação do mercado e que ele vai continuar nesse curso”, disse Richard Flax, diretor de investimentos da Moneyfarm.
Os países da União Europeia estão avaliando a aprovação de um primeiro conjunto de contramedidas direcionadas a até US$28 bilhões em importações dos EUA nos próximos dias.
O bloco enfrenta tarifas de importação de 25% sobre aço, alumínio e automóveis e tarifas “recíprocas” de 20% para quase todos os outros produtos.
O índice de referência está cerca de 17% abaixo de sua máxima histórica, atingida em março, antes que as preocupações com as consequências econômicas da política comercial de Trump derrubassem os mercados globais.
Na Ásia
Na Ásia, o principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997 nesta segunda-feira (7).
O índice Hang Seng caiu 13,22%, a maior queda diária desde 1997, com as ações de empresas de tecnologia, energia solar, bancos e varejistas online afundando, uma vez que os investidores venderam qualquer ativo ligado ao crescimento e ao comércio global.
O índice CSI300 fechou em queda de 7,05%, já que a Central Huijin, ou a chamada “equipe nacional” de investidores apoiados pelo Estado, disse que aumentou as participações em ações chinesas para defender a estabilidade do mercado.

Na ausência de qualquer indício de recuo por parte da Casa Branca, o foco dos investidores estará em Pequim, que pode apresentar medidas para apoiar os exportadores chineses e fortalecer a economia doméstica.
Petróleo
Os preços do petróleo registram novas perdas nesta segunda-feira, caindo 3%, conforme a escalada das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China alimenta os temores de uma recessão que reduziria a demanda por petróleo, enquanto a Opep+ prepara um aumento da oferta.
Os valores de referência do Brent e do WTI caíam ao menor nível desde abril de 2021.
Os futuros do Brent perdiam US$ 1,74, ou 2,65%, para US$ 63,84 por barril às 7h55 (horário de Brasília), enquanto os do petróleo bruto dos EUA (WTI) caíam US$ 1,64, ou 2,65%, para US$ 60,35.
O petróleo despencou 7% na sexta-feira, depois que a China elevou as tarifas sobre os produtos dos EUA, escalando uma guerra comercial que levou os investidores a precificar uma probabilidade maior de recessão.
Na semana passada, o Brent e o WTI perderam 10,9% e 10,6%, respectivamente.
Bitcoin
O Bitcoin (BTC), principal criptoativo do mercado, tombava mais de 7% na manhã desta segunda, atingindo o patamar de US$ 76.712 e deixando o patamar dos US$ 80 mil conquistado em meio à eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos.
Outras criptomoedas sofreram quedas expressivas, como Ethereum (ETH) e Solana (SOL), que registraram quedas de quase 10%, e Ripple (XRP), com baixa de quase 7%, também na tarde deste domingo, segundo dados da plataforma Binance.
ETH e SOL estavam sendo cotadas, respectivamente, a US$ 1,618 e US$ 107,91; XRP custava US$ 1,99.