Viaturas do SAMU sucateadas deixam Entorno Sul desassistido; promessa de nova base em Valparaíso segue no papel

Foto; Jornal Opção
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O atendimento de urgência no Entorno Sul enfrenta um colapso anunciado. Em vistoria realizada nas bases do SAMU em Cidade Ocidental e Valparaíso de Goiás, foram encontradas ambulâncias quebradas, sucateadas e até um veículo abandonado sem motor no pátio do Hospital Municipal de Cidade Ocidental. Na prática, a equipe opera com número reduzido de viaturas e a população fica à mercê de deslocamentos improvisados e atrasos no socorro.

Em Cidade Ocidental, servidores relataram que, com a chegada de um veículo novo, outro é “baixado” e sai de circulação. Segundo a gestão local do SAMU, 34 profissionais atuam em três equipes, mas apenas duas viaturas atendem efetivamente — uma na sede e outra no Jardim ABC — enquanto a reserva passou dias em revisão no fim de agosto. Houve caso de paciente com traumatismo craniano que saiu do hospital sem exames, sem regulação e sem transferência pública orientada.

Em Valparaíso, a situação é semelhante: apenas uma ambulância para cerca de 200 mil habitantes; outra estava parada, com o capô aberto e vazamento de óleo. Durante a visita jornalística, o atendimento a uma mulher só ocorreu após insistência via 192. Com o fechamento do antigo CAIS, casos graves seguem para Luziânia, Novo Gama ou até o DF, sobrecarregando a rede regional.

Questionada, a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás informou o dimensionamento oficial da frota regional: Valparaíso conta com uma Unidade de Suporte Avançado (USA) e uma de Suporte Básico (USB), sendo que a USA está em reparos; Águas Lindas tem três USBs e uma USA (com uma USB em manutenção); a Central de Luziânia opera 1 USA, 2 USBs e 2 motolâncias, entre outros municípios. Os atendimentos móveis na Central Luziânia somaram 2.645 em maio, 2.551 em junho e 1.660 em julho.

A Prefeitura de Valparaíso anunciou em julho a construção de uma “base modelo” do SAMU às margens da BR-040, com promessa de ampliar a capacidade e reduzir o tempo de resposta. Dois meses depois, contudo, a obra não avançou além do cercamento do terreno, e a gestão municipal não respondeu aos questionamentos até o fechamento da matéria original.

Contexto federal: em março e julho, o Ministério da Saúde divulgou entregas de novas ambulâncias do SAMU para diversos estados — incluindo Goiás — com o objetivo de renovar a frota e ampliar a cobertura nacional. Ainda assim, o reforço não resolveu gargalos locais de manutenção e disponibilidade no Entorno Sul.

O que fica claro é a urgência por transparência nos prazos da nova base, manutenção tempestiva das viaturas existentes e integração efetiva com a regulação para evitar que pacientes circulem sem assistência adequada.

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