Governadores do Distrito Federal e de Goiás, Ibaneis Rocha (MDB) e Ronaldo Caiado (União), formalizam hoje (20/8) pedido ao Ministério dos Transportes e à ANTT para manter por mais 90 dias a suspensão do reajuste de 2,91% nas tarifas do transporte semiurbano do Entorno. O congelamento atual vence nesta sexta (22/8), com impacto prático já no fim de semana.
O apelo dos governadores, sustentado pelo risco de “efeitos negativos” na economia regional, mira uma resposta que não veio: a participação efetiva da União no consórcio interfederativo (CIRME), proposto para gerir e financiar o sistema com DF e Goiás. Sem essa decisão federal, o usuário segue refém de reajustes anuais e da falta de coordenação — a catraca não perdoa quando o relógio da Esplanada atrasa.
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O cenário é reincidente. Em fevereiro, após pressão de DF e GO, a ANTT suspendeu por seis meses o aumento — prazo que agora se encerra. A própria agência admite que a continuidade da suspensão “está em avaliação” pela diretoria. Se nada mudar, a alta recai sobre trabalhadores que cruzam diariamente a divisa para trabalhar em Brasília.
Há base técnica e institucional para cobrar mais da União. A gestão dessas linhas interestaduais é competência federal e, segundo o governo goiano, propostas para criar o consórcio e viabilizar subsídios foram apresentadas em diversas reuniões — sem resposta conclusiva. Enquanto o governo Lula posterga uma definição, cerca de 380 mil usuários ficam à mercê de tarifas maiores e serviços ainda desintegrados.
Ibaneis e Caiado estendem a mão; falta o governo federal segurar. Decisão e cofinanciamento agora evitam que a conta — de novo — caia no colo do trabalhador do Entorno.