Cristalina (GO) ganhou fôlego para atrair indústria de vidro e, em horizonte próximo, integrar etapas da cadeia fotovoltaica, após nova frente de pesquisa confirmar potencial do “Vale dos Cristais” — jazida de quartzo a poucos quilômetros da sede urbana. O estudo é conduzido por equipe da Universidade Federal de Catalão (UFCAT), em parceria com o IF Goiano (Campus Cristalina) e a Universidade Politécnica da Catalunha. Segundo os pesquisadores, rejeitos antes subutilizados já serviram à produção de vidros especiais; para uso fotovoltaico, ainda há desafio de purificação por conta do teor de ferro.
O movimento científico vem amparado por reconhecimento institucional. Em 24 de março de 2025, o governo de Goiás sancionou a Lei nº 23.301, que confere a Cristalina o título de “Capital Goiana do Silício”, reforçando a vocação mineral e a possibilidade de verticalização local (vidro plano, automotivo e construção).
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A base produtiva tem lastro histórico e de qualidade. Os cristais de quartzo de Cristalina possuem Indicação Geográfica reconhecida pelo INPI, atributo que ajuda a diferenciar origem e know-how, e pode facilitar a formação de arranjos produtivos com maior valor agregado.
Contexto global: para semicondutores, o gargalo é o quartzo de altíssima pureza (HPQ), insumo hoje concentrado em poucos players e regiões — caso de Spruce Pine (EUA) e da fornecedora Sibelco, que domina a oferta para a indústria de chips. Isso dimensiona a oportunidade (e a exigência técnica) para qualquer polo emergente no mundo.
Próximos passos locais envolvem cooperação internacional contínua e disciplina regulatória: a equipe da Catalunha programou nova missão técnica, enquanto os pesquisadores reforçam que a exploração deve seguir a legislação, combatendo operações clandestinas, e transformar riqueza mineral em desenvolvimento duradouro — ciência como trampolim, não muleta.
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