Câmara de SP aprova cpi para investigar supostas irregularidades em verbas de restauração do Jockey repassadas a empresas ligadas a marconi perillo
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta quarta-feira (29) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar eventuais irregularidades envolvendo o Jockey Club de São Paulo, em especial nesta hipótese de repasse de recursos públicos a empresas com supostos vínculos ao ex-governador de Goiás Marconi Perillo. A iniciativa atende ao pedido do vereador Gilberto Nascimento (PL), que presidirá a CPI.
Segundo reportagem publicada pelo portal de notícias, a investigação identificou que ao menos R$ 22,4 milhões teriam sido repassados ao clube via Lei Rouanet, e outras R$ 61,2 milhões contestadas pela Prefeitura de São Paulo, totalizando cerca de R$ 83,6 milhões em recursos públicos.
Entre os indícios apontados estão notas fiscais questionáveis, contratos com empresas declaradas como fornecedoras que não foram localizadas nos endereços informados e despesas como jantares de luxo em restaurantes sofisticados, gastos em farmácias e até aluguel de equipamento para cidade sem ligação com a obra — todos lançados como justificativa para a obra de restauração do clube.
A empresa produtora cultural Elysium Produções aparece como procuradora do Jockey desde 2020, tendo sido transformada em OSC-Cultura em 2014 por meio de decreto assinado por Marconi Perillo, e teria atuado como o eixo central dos repasses e contratações das empresas ligadas à família Perillo.
Marconi Perillo negou veementemente qualquer vínculo com a empresa ou participação na indicação. Em nota, chamou a reportagem que o cita de “desonesta” e afirmou que o uso de seu nome era “absurdo”. O Jockey, por sua vez, afirmou que seus processos de prestação de contas estariam regulares e criticou o que chamou de “interesses nada republicanos” e uma tentativa de desvalorizar o imóvel para justificar desapropriação.
A CPI ainda não definiu data ou horário para instalação, e os vereadores alteraram previamente o Regimento Interno para permitir até quatro CPIs em caráter excepcional no período de 2025-2026.
Por: Hamilton Silva é jornalista e editor-chefe do DFMobilidade
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