Durante sessão ordinária realizada na tarde desta quarta-feira (04), o deputado distrital Thiago Manzoni (União Brasil) subiu à tribuna da Câmara Legislativa do Distrito Federal para criticar duramente o papel do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF) no atual movimento grevista que afeta as escolas públicas do DF. Em seu discurso, Manzoni afirmou que a entidade não representaria de fato a categoria, mas sim setores políticos de esquerda, especialmente os partidos PT e PSOL.
Segundo o deputado, “o Sinpro-DF não está preocupado com os professores do Distrito Federal. O que ocorre aqui é a prova de que o sindicato atende a interesses político-partidários do PT e do PSOL.” Manzoni ressaltou que, ao percorrer diversas escolas do DF, teria recebido manifestações de docentes que se sentem “desconectados” das pautas defendidas pela liderança sindical. “Muitos dos professores não se sentem representados por essa falta de educação que está aqui, por esse tipo de comportamento”, acrescentou, referindo-se ao comportamento dos manifestantes presentes no plenário.
Em outro trecho do discurso, o parlamentar destacou que “este movimento não representa as escolas do Distrito Federal; só representa a política partidária do PT e do PSOL.” Para Manzoni, o enfraquecimento do movimento grevista seria reflexo de uma dissociação crescente entre a direção do Sinpro-DF e uma parcela majoritária de professores. “O que vale, e o que nos dá esperança, é que este movimento está se enfraquecendo, porque há centenas de professores, talvez a maioria deles, que não se senta mais representada pelo Sinpro.”
O deputado concluiu sua fala afirmando que a “hegemonia e esse domínio da esquerda está acabando nas escolas, está acabando nas universidades” e que, embora o presente pareça favorecer a mobilização sindical, “o futuro é nosso”. Ele também declarou que “não vamos parar” na defesa de uma educação que, em sua visão, deveria priorizar “o trabalho que é realizado pela educação – mas a educação de verdade”.
Contexto da greve
A paralisação dos professores da rede pública do DF teve início no dia 27 de maio de 2025, quando o Sinpro-DF apresentou à Secretaria de Educação do GDF uma pauta de reivindicações centrada em reajuste salarial, recomposição de perdas inflacionárias e melhores condições de infraestrutura escolar. Desde então, salas de aula permaneceram vazias em diversas regiões administrativas, gerando protestos de pais e alunos que acompanham o impasse. Até o momento, não há data definida para nova rodada de negociação entre servidores e autoridades do Executivo local.
Trechos selecionados do discurso de Thiago Manzoni
- “O Sinpro-DF não está aqui pelos professores do Distrito Federal. O Sinpro está aqui para fazer política para a esquerda.”
- “Este movimento aqui não representa os professores, não representa as escolas do Distrito Federal; só representa a política partidária do PT e do PSOL.”
- “Há centenas de professores, talvez a maioria deles, que não se sentem mais representados pelo Sinpro.”
- “Essa hegemonia e esse domínio da esquerda está acabando nas escolas, está acabando nas universidades.”
- “Nós estamos correndo uma maratona, nós já começamos e não vamos parar. O presente pode até parecer que é deles, o futuro é nosso.”
Com a fala de Manzoni, a votação de propostas referentes à greve – agendada para esta quinta-feira (05) – deverá ser impactada pelo clima de polarização deixado no plenário. Parlamentares da base governista ainda não se posicionaram oficialmente sobre eventuais projetos de lei que reajam à paralisação, enquanto representantes de sindicatos e de associações de pais prometem acompanhar os desdobramentos de perto.