O deputado distrital Fábio Félix (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da CLDF, marcou para o dia 7 de agosto a audiência pública “Em defesa do Metrô-DF: por um transporte eficiente, público e de qualidade para todos”. O convite, em parceria com o SindMetrô/DF, promete debater o sucateamento do sistema metroviário e a precarização dos trabalhadores. Contudo, ao mesmo tempo em que minimiza o valor do próprio encontro — afirmando que “fazer audiência não resolve problemas da categoria” —, o parlamentar revela que sua principal estratégia política é a denúncia judicial, em vez de propor medidas legislativas efetivas.
Denúncias ao Ministério Público em lugar de projetos
Desde o início do seu mandato, Félix tem recorrido ao Ministério Público do DF para apurar supostos casos de uso excessivo de força por seguranças do Metrô-DF. Entre os episódios denunciados está a agressão sofrida por um ambulante que vendia bombons nos vagões. Ao questionar o procedimento, metroviários ouvidos pelo DFMobilidade desafiam o empenho afirmado pelo distrital: “Que valorização é essa?”, indaga um dos empregados que ao invés de valorizar os empregados implementa um “verdadeiro caça ás bruxas”.
Alinhamento retórico com pautas de acessibilidade
Em outra frente, o deputado tem participado de debates sobre acessibilidade no transporte público — pauta alinhada, por exemplo, ao Projeto de Lei nº 2.230/2021, de autoria do deputado Robério Negreiros, que obriga o fornecimento de protetores auriculares para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) pela Companhia do Metropolitano do DF, tudo isso se dizer ou indicar de onde viriam os recursos. Apesar de não ser autor da proposta, Félix tem usado essas discussões para reforçar sua imagem de “defensor das minorias”. O gesto, porém, soa sobretudo simbólico, já que o distrital não apresentou iniciativa própria que apoie, tramite ou complemente a matéria, demonstrando que seu engajamento em pautas sensíveis muitas vezes se limita à retórica midiática.
Pouca substância legislativa
Embora arranje espaço na imprensa — e até ironize o papel das audiências públicas —, Félix não encaminhou, até o momento, emendas orçamentárias específicas nem projetos de lei voltados à melhoria das condições de trabalho ou à modernização do sistema metroviários, pelo contrário “apenas blá blá blá” diz um empregado que com medo de ser denunciado não quis se identificar . A convocação de 7 de agosto parece, então, mais um gesto simbólico de “querer ajudar” do que um passo concreto na tramitação de políticas públicas.
Especialistas clamam por articulação e metas mensuráveis
Para a professora Ana Ribeiro, do Instituto de Políticas Públicas da UnB, “as representações ao MP são importantes para coibir abusos, mas precisam ser acompanhadas por proposições legislativas que garantam investimentos mínimos e indicadores de desempenho no transporte público”. A formação de uma Frente Parlamentar em Defesa do Transporte Público, sugerem deputados de outras bancadas, poderia traduzir o debate em metas claras e aprovar a tão aguardada modernização do Metrô-DF.
Cada deputado distrital no Distrito Federal tem direito a apresentar até 30 emendas parlamentares com um valor máximo total de cerca de R$ 30,1 milhões para o ano de 2025. E sabendo que o deputado Felix está desde janeiro de 2019 sem nunca ter apresentado nenhuma emenda que pudesse contribuir para o Metrô-DF o que podemos concluir?
Sejamos honestos de mesmo espectro político outro distrital, O deputado distrital Ricardo Vale destinou uma emenda direta no valor de R$ 400 mil para o Metrô-DF, especificamente para a compra de viaturas. Então caro metroviários não caiam nesse papinho!
O risco da boa-vontade vazia
Se a audiência de 7 de agosto servir apenas para reafirmar intenções — e não para consolidar pactos orçamentários ou aprovar normas —, os metroviários continuarão reféns do sucateamento e de conflitos internos, sem ver refletida em lei a valorização que deles se anuncia.
Chamada para engajamento
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