Quando o Metrô para, as hienas descem para o banquete

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Na manhã desta sexta-feira, o Metrô-DF resolveu tirar um cochilo forçado: falha elétrica, cabo rompido, trens parados. Até aí, nada que a equipe técnica não conheça de cor e salteado. Depois de horas de trabalho, às 16h30, as composições voltaram a rodar, trazendo de volta a rotina e a paciência do brasiliense.

Mas, enquanto o pessoal da manutenção suava para recolocar o sistema nos trilhos, outra espécie também se movimentava. Não de uniforme azul, mas de terno, gravata e celular em punho. São os predadores de ocasião — políticos e aspirantes a salvadores — que farejam uma falha como quem sente o cheiro de carne no vento.

Urubus e hienas, num sincronismo quase poético, descem às redes sociais para anunciar ao mundo a tragédia, com aquele ar de “eu sempre avisei”. Não levam solução, não carregam ferramentas, não consertam nada — mas adoram dar o diagnóstico e apontar o culpado. São especialistas em transformar transtorno alheio em palco pessoal.

Curioso é que, quando o metrô funciona, essas mesmas figuras somem. Nenhuma postagem celebrando a pontualidade, nenhum vídeo exaltando o esforço de quem mantém o serviço vivo. Silêncio absoluto. Mas basta um cabo romper para que a carniça política se torne banquete público.

O usuário do sistema reconhece os esforços dos funcionários. Todavia o que não  deve acontecer são as hienas de sempre,  como político corrupto ir para as redes criticar o valioso sistema metroviário do DF.  Isso sim é inaceitável!

O Metrô-DF voltou a funcionar. As hienas recolheram as garras, os urubus voaram para outras carcaças. Até a próxima falha — ou melhor, até a próxima oportunidade de autopromoção disfarçada de “defesa do povo”.


Por: Hamilton Silva é jornalista, economista e editor-chefe do portal DFMobilidade 

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