Professores em greve, petismo em campanha

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A velha tática da esquerda e o teatro da greve: tentativa de retomar o poder no DF fracassa diante da aprovação popular de Ibaneis

Nas entrelinhas da recente greve dos professores no Distrito Federal, uma velha estratégia política ressurge com roupagem reciclada: a tática do caos calculado, descrita por Vladimir Lenin em “O Que Fazer?”, como método de “criação artificial de contradições” para impulsionar a luta revolucionária. No DF, essa cartilha tem sido reinterpretada por sindicatos históricos como o Sinpro-DF e o Sindicato dos Bancários, que atuam não mais como defensores do trabalhador, mas como ferramentas de agitação pré-eleitoral de um campo político em declínio: a esquerda brasiliense.

O pano de fundo é evidente. Sem vitórias eleitorais concretas desde o colapso moral e administrativo do governo Agnelo Queiroz (PT) e do fracasso técnico de Rodrigo Rollemberg (PSB), que entregou o DF à bancarrota, a velha esquerda agora tenta retomar protagonismo às vésperas das eleições de 2026. Não por meio de propostas, mas pela desestabilização institucional, como já alertava Antonio Gramsci em “Cadernos do Cárcere”, onde o pensador marxista ensina a importância de ocupar estruturas culturais e sociais — como os sindicatos e o funcionalismo público — como trampolim para a tomada de poder político.

Agnelo deixou marcas profundas de corrupção e descontrole, sendo associado ao escândalo do Mensalão do DEM e à paralisia da saúde pública. Rollemberg, por sua vez, legou ao DF uma das mais graves crises hídricas da história, o fechamento de templos evangélicos por falta de repasses e a incapacidade de pagar sequer os reajustes salariais acordados com servidores — um desastre que abriu caminho para a vitória acachapante de Ibaneis Rocha (MDB) em 2018 e sua reeleição consagradora em 2022.

Ibaneis construiu um governo ancorado em obras estruturantes, diálogo com o funcionalismo e valorização real dos servidores, com aumentos salariais consecutivos, expansão do Metrô-DF, reformas em hospitais e escolas, além da revitalização de feiras e espaços urbanos. O reconhecimento veio nas urnas e, mais recentemente, nas pesquisas de opinião que colocam o governador entre os mais bem avaliados do Brasil.

Sem o protagonismo de outrora o petismo segue lutando de forma aguerrida, ou como diria a companheirada: A luta continua- Foto: reprodução das redes sociais

Diante desse cenário, o campo petista se vê encurralado. Incapaz de apresentar soluções para a inflação, a carga tributária opressora e a paralisia administrativa do governo Lula, tenta transferir sua impopularidade para o plano local. O artifício da greve sequenciada — sem negociação concreta e movida por motivações políticas — visa criar sensação de instabilidade para desqualificar o avanço do DF sob Ibaneis. Trata-se, portanto, de uma tática clássica: desestabilizar o governo popular e eficiente para criar artificialmente a necessidade de “salvação progressista”.

No entanto, a população brasiliense parece vacinada contra esse tipo de manipulação. O legado de governos desastrosos como o de Agnelo, Rollemberg e até mesmo Arruda — que embora se dissocie do petismo, aplicou práticas igualmente lesivas ao erário — é ainda muito presente na memória do eleitor.

A tentativa de transformar o DF novamente em laboratório da esquerda fracassada e do sindicalismo aparelhado encontra hoje uma barreira sólida: um governo legitimado pelo voto e por resultados. E o povo do DF, já cansado de slogans e sabotagens, sabe diferenciar quem entrega discurso de quem entrega obras.


Por Hamilton Silva é jornalista e economista, formado pela Universidade Católica de Brasília, com pós-graduação em gestão financeira. Fundador e editor-chefe do Portal DFMobilidade, atua há mais de 25 anos na cobertura de políticas públicas e mobilidade urbana no Distrito Federal. Diretor da ABBP (Associação Brasileira dos Portais de Notícia), diretor do Rotary Club de Brasília.

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