‘Revanche, não justiça’: Paulo Chagas repudia anistia a invasores dos Três Poderes
Brasília — Em postagem no X neste sábado 3 de maio de 2025, o general Paulo Chagas manifestou-se firmemente contra a proposta de anistia a quem invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes. Para ele, conceder perdão a esses participantes seria “abrir um grave precedente num país em que crimes semelhantes – ou até piores – nunca foram punidos”, sobretudo quando cometidos por movimentos de esquerda.
Chagas recordou episódios como os protestos de 2013, invasões promovidas por sindicatos e pelo MST e ações dos chamados “black blocs”, nos quais “nenhuma dessas ações gerou prisão em massa, tampouco longas penas de reclusão”. Segundo o militar, trata-se de “pura manipulação política”: enquanto o crime de dano ao patrimônio prevê pena máxima de três anos, aos acusados de “tentativa de golpe de Estado” têm sido aplicadas sentenças de até 17 anos.
O general alertou que a anistia serviria de escudo para grupos como o MST, incentivando ocupações de quartéis e invasões de propriedades privadas com violência ainda maior. Ele também criticou a atuação do Judiciário, afirmando que “a justiça no Brasil está, há muito, corrompida. Ela nunca puniu de verdade o vandalismo, nunca enfrentou a corrupção com firmeza, e nunca combateu o patrimonialismo estrutural que define nossa elite política”. Para ele, a Operação Lava-Jato “foi sabotada e, por fim, criminalizada: juízes e promotores viraram criminosos e os criminosos, vítimas”.
Perfil de Paulo Chagas
Paulo Henrique Chagas é general de brigada da reserva do Exército Brasileiro, nascido em 15 de maio de 1949, no Rio de Janeiro. Graduado pela Academia Militar das Agulhas Negras, somou quase quatro décadas de serviço antes de se aposentar como militar reformado . Em 7 de outubro de 2018, disputou o governo do Distrito Federal pelo Partido Republicano Progressista (PRP) e obteve 110 973 votos, equivalendo a 7,35% dos votos válidos no primeiro turno, sem avançar para o segundo .
Ao reafirmar sua posição, o general Chagas denunciou a anistia como “mais um capítulo da hipocrisia nacional” e concluiu que, sem “senso de medida” e “isenção”, a proposta não visa restaurar a ordem ou a justiça, mas sim perpetuar um jogo de interesses e conveniências políticas.
LEIA A INTEGRA DO POSICIONAMENTO DO GENERAL
Porque sou contra a anistia
Anistiar aqueles que participaram da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes é abrir um grave precedente num país em que crimes semelhantes – ou até piores – nunca foram punidos, sobretudo porque sempre foram praticados por movimentos de esquerda.
Basta lembrar dos protestos violentos de 2013, das invasões promovidas por sindicatos e do MST, ou das ações dos “Black Bosts”, muitas vezes com mortes e destruição. Nenhuma dessas ações gerou prisão em massa, tampouco longas penas de reclusão.
O que está em jogo aqui não é a defesa da ordem, da justiça ou da Constituição – é pura manipulação política. As pessoas presas estão sendo condenadas por “tentativa de golpe de Estado”, e não por vandalismo ou depredação. Isso sim é uma distorção gravíssima do Direito que tem que ser corrigida.
O crime de dano ao patrimônio prevê, no máximo, três anos de prisão. No entanto, estão sendo aplicadas penas de até 17 anos! Isso não é justiça – é revanche, é espetáculo.
Os que têm clamado por anistia ignoram que essa indulgência, se concedida, servirá de escudo para que outros grupos, como o MST, venham a acampar diante de quartéis ou invadam propriedades privadas com violência muito maior do que é a do seu costume.
A verdade – na qual me é permitido acreditar – é simples e dura: a justiça no Brasil está, há muito, corrompida. Ela nunca puniu de verdade o vandalismo, nunca enfrentou a corrupção com firmeza, e nunca combateu o patrimonialismo estrutural que define nossa elite política e seus escolhidos.
A Operação Lava-Jato, que chegou a simbolizar uma esperança de moralização, foi sabotada e, por fim, criminalizada. Inverteram os valores: juízes e promotores viraram criminosos e os criminosos, vítimas.
Não há senso de medida. Não há isenção. Tudo se move em função do poder, da conveniência e da ideologia. Por isso, a anistia, tal como proposta, e certamente endossada até por setores da esquerda, representa apenas mais um capítulo da hipocrisia nacional. É o Brasil das castas políticas, onde não se pune o crime – se negocia com ele
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Hamilton Silva
jornalista há 13 anos, editor-chefe do portal DFMobilidade