O retorno de um corrupto: Arruda, o conchavo e a velha política em Brasília

Foto: Reprodução/Agência Brasil
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Quando achei que Brasília já havia se libertado das sombras que pairavam sobre o Palácio do Buriti, eis que surge novamente José Roberto Arruda, o primeiro governador preso no exercício do cargo, tentando costurar sua volta ao poder como se fosse um herói injustiçado — e não o corrupto condenado que é.

Sim, eu disse: condenado. Inelegível até 2032 por decisões judiciais transitadas em julgado. Arruda não pode ser candidato a nada. Ainda assim, o ex-governador reuniu aliados a portas fechadas, como revelou a coluna O Fino da Política – Portal Expressão Brasiliense, para tratar de uma possível candidatura ao GDF em 2026. Uma reunião silenciosa, escondida do público, longe das redes sociais e da imprensa. Um conchavo digno dos porões da velha política, que Brasília jurou abandonar.

Eu me pergunto: qual é a lógica de se organizar uma pré-campanha para alguém que está inelegível e que, mesmo se não estivesse, teria sobre os ombros o peso de ser símbolo de corrupção no Distrito Federal? Estamos falando do protagonista do escândalo da Caixa de Pandora, flagrado distribuindo dinheiro em maços, preso, envergonhando os brasilienses diante do país inteiro.

Pessoas honestas, que carregam no rosto as marcas de quem acorda cedo, pega ônibus lotado, paga imposto e luta para sobreviver, não aceitam o retorno de um sujeito como esse. Arruda representa o que Brasília precisa enterrar: o clientelismo, o fisiologismo, o poder pelo poder. A sua volta não é só inoportuna — é uma ofensa.

Essa articulação nos bastidores me soa como deboche. Um tapa na cara dos servidores lesados, dos empresários sérios que não compactuam com esquemas, e dos jovens que sonham com uma política limpa. Essa história de “novo projeto político” para o DF não passa de uma tentativa desesperada de voltar à cena pública pela porta dos fundos.

A verdade é que Arruda deveria estar preocupado em pagar o que deve à Justiça — e não em fingir que ainda pode ser protagonista de alguma coisa além das páginas policiais.

Por: Hamilton Silva
Jornalista e editor-chefe do portal DFMobilidade

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