A recente movimentação do MDB e do Republicanos para formar uma federação reforça a tendência de consolidação do centro-direita em blocos mais coesos, o que tem impactos diretos na corrida eleitoral em Brasília. A fusão pretendida reuniria 88 deputados federais e 15 senadores, mantendo MDB (de Ibaneis Rocha) e Republicanos (de Damares Alves) unidos por quatro anos sob um mesmo estatuto, mas preservando identidades e diretórios próprios .
Esse movimento ocorre logo após o anúncio da federação entre União Brasil e PP (sigla que abriga Celina Leão), que formou um bloco ainda maior, com 108 deputados, 14 senadores, 6 governadores e mais de 1.300 prefeitos . A criação desses grandes arranjos partidários traz benefícios estratégicos que vão muito além da simples soma de bancadas:
- Acesso ampliado a recursos e tempo de propaganda. As federações funcionam como um único partido perante o TSE, o que garante maior fatia do Fundo Eleitoral e do horário gratuito de rádio e TV, elementos cruciais para dar visibilidade a candidaturas locais.
- Maior coordenação e disciplina de campanha. Ao firmar compromissos de longo prazo (quatro anos), as legendas federadas alinham calendário, mensagens e estratégia de base, reduzindo ruídos internos e fortalecendo a identidade do campo político.
- Sinal de estabilidade para o eleitorado. Em um ambiente de constantes mudanças de partido e alianças efêmeras, federações bem articuladas transmitem ao eleitor a impressão de compromisso duradouro, favorecendo nomes já consolidados como Celina Leão.
Para Celina Leão, que integra a federação União Brasil + PP, esse cenário traz um duplo ganho: primeiro, porque o modelo de federação se mostra eficaz para amplificar força eleitoral, e segundo, porque sua própria base – agora abrigada em um bloco de grande porte – demonstra que as principais siglas de centro-direita entendem a importância de sustentação mútua. Em Brasília, onde a pulverização de candidaturas costuma dispersar votos, a articulação em federações reduz a fragmentação e eleva o patamar competitivo de quem já lidera bancadas robustas.
Em suma, a formação de federações como as de MDB + Republicanos e União Brasil + PP consolida um novo patamar de alianças partidárias que beneficia diretamente Celina Leão: ao integrar uma estrutura com mais recursos, maior tempo de TV e um discurso de união estratégica, ela amplia suas chances de vitória no pleito candango.
Hamilton Silva
Sobre o autor
Hamilton Silva é economista pela PUC-DF e jornalista com mais de 13 anos de experiência em reportagens sobre mobilidade urbana e política no Distrito Federal. É editor-chefe do portal DFMobilidade.