A Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) divulgou uma pesquisa com dados alarmantes sobre os motoristas brasileiros. Segundo o estudo, mais da metade dos proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores não são habilitados.
A falta de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida na categoria desses veículos atinge cerca de 17,5 milhões de donos de motos, de um total de 32,5 milhões registradas no Brasil.
Baseada no Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam), a pesquisa chama atenção para fatores como a dificuldade de acesso à CNH por parte da população. Outros motivos para o problema são o custo acessível do veículo e o crescimento de serviços de veículos compartilhados, como o aluguel de motocicletas.
A explicação para o alto número de condutores sem habilitação também passa pela expansão das áreas urbanas e pela demanda por transporte individual em regiões com infraestrutura limitada.
Público e frota de motos
Ainda segundo o estudo, 80% dos proprietários de motocicletas são homens, em sua maioria com idade entre 40 e 49 anos. Os que mais possuem carteira estão na faixa etária de 30 a 39 anos.
Os dados também indicam que aproximadamente 41% dos emplacamentos no país são de motocicletas, quase o dobro do ano 2000, quando o segmento respondia por 23% das vendas. Atualmente, o segmento responde por 28% da frota nacional.
Caso a tendência de aumento se mantenha pelos próximos anos, a expectativa é que os modelos de duas rodas alcancem 30% da frota de veículos brasileira em seis anos.
“Esses veículos são mais acessíveis em termos de custo inicial e manutenção, além de oferecerem uma economia significativa de combustível, e na questão urbana, onde o trânsito é frequentemente congestionado, conseguem proporcionar maior agilidade e mobilidade, permitindo que os motociclistas cheguem mais rapidamente aos seus destinos”, explica o estudo.
Em relação aos estados do país, o Maranhão é o local com o maior percentual de motocicletas na frota, com 60% do total. Em seguida vêm Piauí (54,5%), Pará (54,5%), Acre (53,1%) e Rondônia (51,2%).
São Paulo, que ocupa o primeiro lugar em termos absolutos, tem 7 milhões de motos registradas. A lista segue com Minas Gerais (3,5 milhões de unidades), Bahia (2 milhões), Ceará (1,9 milhão) e Paraná (1,8 milhão).