Juntas de dilatação da Ponte JK são trocadas para reforçar segurança e durabilidade

Crédito: Agência Brasília
Crédito: Agência Brasília

Etapa precede reforma estrutural do cartão-postal brasiliense e conta com investimento de mais de R$ 600 mil. Serviços vão ocorrer sempre no período noturno, das 21h às 4h, para minimizar impactos no trânsito

Cartão-postal de Brasília, a Ponte JK passará pela primeira grande reforma. O Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), iniciou a substituição das juntas de dilatação da estrutura na noite desta quinta-feira (15). Esta é a primeira etapa da reforma e será executada por empresa contratada sempre no período noturno, das 21h às 4h, para minimizar o impacto no trânsito. O investimento é de mais de R$ 600 mil, oriundos de fonte 100. As novas peças foram importadas e chegaram no mês passado.

O diretor de Planejamento e Projetos da Novacap, Carlos Spies, explica que as juntas de dilatação permitem a movimentação controlada de construções, mediante variações térmicas, mudanças de umidade e assentamento do solo. Desta forma, tensões que poderiam causar danos à estrutura são evitados. “A ponte precisa ter uma flexibilidade, não pode ser totalmente rígida, se não surgem trincas e rachaduras. Existem essas divisões na ponte, que são as juntas de dilatação, para fazer a unificação nos tabuleiros e promover elasticidade, com variação de 12 centímetros por dia”, explica.

As peças que serão instaladas na Ponte JK foram importadas de fábrica especializada, uma vez que não são encontradas no Brasil, com vida útil estimada em dez anos. “São juntas de alta resistência, feitas com uma borracha especial de alta durabilidade e que consegue resistir a elasticidade que as pontes necessitam, podendo durar até dez anos. O investimento que o GDF está fazendo hoje é extremamente necessário, porque é uma das peças que mantém a ponte em condições de trafegabilidade, afetando diretamente os veículos que a utilizam”, esclarece Spies.

O estudante Rafael Franco, 17, destaca que a manutenção valoriza um dos principais cartões-postais de Brasília

A previsão é que sejam trocadas de duas a três peças por dia, diante da complexidade do serviço. Os operários precisam desparafusar a peça antiga manualmente, aplicar químico para que solte da manta, preparar a área, aplicar nova manta e, finalmente, parafusar a peça final. “Essa junta é diferente da primeira que foi colocada, é mais silenciosa e até mais macia. Quando o usuário for passar nela, vai perceber uma diferença, não tem mais o ressalto, vai estar bem nivelada”, pontua Spies.

Segundo ele, a segunda etapa da reforma está em fase preparatória, com a readequação do edital e do orçamento, conforme as exigências do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). “Estamos preparando uma licitação integrada, tendo em vista que vamos tratar das mutações do tabuleiro, dos estais e dos caustos da ponte, que é a estrutura que a mantém em utilização. A ponte hoje não tem nenhum risco de causar algum problema, está em perfeita condição de uso, mas precisa desse cuidado”, frisa o diretor.

O entregador João Evangelista, 40 anos, mora em São Sebastião e passa pela ponte diariamente: ele reconhece a necessidade da manutenção para o trânsito

A terceira e a quarta fase da reforma são referentes à parte estética, com pintura dos arcos e ampliação da iluminação, e à troca do pavimento asfáltico, respectivamente. O GDF promove a manutenção do trecho de modo recorrente e, em 2020, houve a substituição de parte das juntas de dilatação. ”Trocamos as peças que estavam muito ruins, mas, infelizmente, percebemos que precisaríamos trocar todas, não só as que estavam danificadas. Imediatamente propomos um contrato para trocar as demais e também fazer a manutenção geral da ponte”, complementa Spies.

Interdição 

Para garantir a fluidez do trânsito, o Departamento de Trânsito (Detran-DF) atuará no controle do fluxo de veículos. A interdição das vias ocorrerá em duas fases. A primeira contemplará as faixas direita e central no sentido Jardim Botânico – Plano Piloto. A segunda ocorrerá no mesmo sentido, nas faixas esquerda e central. A sinalização será intensificada no período de obras para garantir a segurança e a orientação adequada aos condutores.

Segurança e durabilidade

Inaugurada em 15 de dezembro de 2002, a Ponte JK recebe mais de 68 mil veículos diariamente, ligando o Plano Piloto ao Lago Sul, Jardim Botânico e Paranoá, entre outras localidades. Também conhecida como Terceira Ponte, tem cerca de 1,2 mil metros de extensão por 24 metros de largura, com três pistas em cada sentido, dois passeios para pedestres e três arcos de 240 metros.

O entregador João Evangelista, 40 anos, mora em São Sebastião e passa pela ponte diariamente. Ele reconhece a necessidade da manutenção para o trânsito. “Como as juntas de dilatação às vezes se afastam e passamos por cima delas, para nós que estamos de moto, principalmente, é muito perigoso porque fica um espaço muito grande entre uma placa e outra”, observa. “Vai ser segurança pra todo mundo.”

O estudante David Spurgeon, 24, também passa pelo trecho com frequência e afirma que a troca dos dispositivos vai prolongar a durabilidade do trecho: “É importante manter a manutenção para a segurança de todos, até para todo mundo se sentir tranquilo de usar a ponte sem qualquer problema.”

Já o estudante Rafael Franco, 17, destaca que a manutenção valoriza um dos principais cartões-postais de Brasília. “É um dos principais acessos para o outro lado do Lago e precisamos garantir a máxima segurança dos pedestres, ciclistas e motoristas. Até porque um acidente aqui, além do ferimento dos envolvidos, atrapalha a cidade como um todo. Gera muito congestionamento para as pessoas que estão saindo e indo para o serviço”, diz. ”As pessoas vão na torre de TV e depois vem aqui na ponte, então tem que estar sempre em perfeitas condições.”

*Agencia Brasília

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