Nesta segunda-feira (23/o1), o governador Ibaneis Rocha (MDB), entregou , por meio de seus advogados, Cleber Lopes e Alberto Toron, o seu celular a Polícia Federal (PF).
Cleber Lopes foi quem compareceu à sede da PF, na Asa Norte e saiu sem fazer declarações a imprensa.
Os advogados de Ibaneis dizem que a entrega do aparelho mostra a “irrestrita colaboração” e “ele [o governador] não tem nada a esconder e é o maior interessado na plena apuração dos fatos”.
O advogado que no processo que reverteu a possibilidade de prisão em segunda instância, culminando mais tarde na liberdade de Lula, afirmou que as operações de buscas e apreensões pode ter motivação política e abuso de poder, segundo a opinião do advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, mais conhecido como Kakay,
Para Kakay, o governador Ibaneis Rocha pode ter seus direitos violados com operação da Polícia Federal, ocorrida em sua residência, na sede do governo local e no seu escritório de advocacia.
Kakay disse ainda que Ibaneis foi presidente da OAB e era, até a posse no cargo de governador, um advogado militante com intensa atuação.
Recentemente, convocado para participar do grupo Crimes Contra o Estado Democrático de Direito, da equipe de transição do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Kakay disse acreditar que será necessário reverter o mau uso de práticas jurídicas no Brasil.
“A busca e apreensão atinge por tabela todos os clientes, com a quebra do sigilo sagrado entre advogado e cliente. Esta não é uma questão política, é de respeito aos direitos do advogado, e dos que precisam se socorrer da advocacia. Na verdade, é um atentado a estabilidade democrática. É assim que se instala a arbitrariedade e o abuso contra o estado democrático de direito”, disse o criminalista.