Governo Lula impõe novo aumento nas passagens de ônibus do Entorno; Secretária tenta barrar reajuste

Foto ag. INFRA
Foto ag. INFRA

Na última segunda-feira (10/2), a Secretária de Estado do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO), Caroline Fleury, enviou ofícios à Casa Civil, ao Ministério dos Transportes e à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) pedindo a suspensão do reajuste tarifário do transporte público entre Goiás e Brasília, imposto pelo governo federal e previsto para entrar em vigor na segunda quinzena de fevereiro.

Nos documentos, a secretária propõe alternativas emergenciais para evitar o impacto nas tarifas, solicitando o adiamento do reajuste ou a concessão de um subsídio federal que impeça que o custo adicional seja repassado aos passageiros. “Estamos dispostos ao diálogo para encontrar uma solução que não penalize ainda mais os trabalhadores que dependem desse transporte diariamente”, afirmou Fleury. O governo de Goiás manifestou apoio à proposta de subsídio e se colocou à disposição para colaborar na busca por uma solução.

Reajuste sucessivo sob gestão federal

A tentativa de barrar o aumento ocorre em meio a um histórico recente de sucessivos reajustes promovidos pelo governo federal por meio da ANTT. Em um ano, as tarifas subiram três vezes:

  • Março de 2023: +12%
  • Agosto de 2023: +15%
  • Fevereiro de 2024: +8,56%

Agora, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) impõe um novo aumento, que impactará diretamente a população do Entorno, composta majoritariamente por trabalhadores que dependem do transporte público para chegar a Brasília. A secretária Caroline Fleury ressaltou que, apesar de serem unidades federativas distintas, as regiões são conurbadas e o peso do reajuste recairá sobre os passageiros mais vulneráveis.

“O custo da passagem já é uma das principais queixas dos moradores do Entorno. Qualquer aumento afeta diretamente a qualidade de vida da população”, destacou Fleury.

Decisão é da ANTT, mas responsabilidade é do governo Lula

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), órgão vinculado ao Ministério dos Transportes do governo federal, tem autonomia para definir os reajustes tarifários, mas a política de subsídios ou de contenção de aumentos depende diretamente do governo Lula. Até o momento, a ANTT não se manifestou sobre o pedido da Secretaria do Entorno para suspender o aumento das passagens.

Em fevereiro de 2024, a própria ANTT confirmou a autorização de um reajuste médio de 8,56% nas tarifas do transporte semiurbano de passageiros entre o Distrito Federal e as cidades do Entorno, medida que entrou em vigor no dia 25 de fevereiro daquele ano (gov.br).

O governador Ronaldo Caiado (UB) já havia criticado o reajuste anterior, classificando o aumento como “injusto e incapaz de resolver o problema estrutural do transporte coletivo na região” (agenciacoradenoticias.go.gov.br).

A população do Entorno aguarda uma resposta da ANTT e do governo Lula sobre o pedido de suspensão do reajuste. Até o momento, o Palácio do Planalto não se pronunciou sobre o caso. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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