Os números da possível federação entre União Brasil e Progressistas têm animado lideranças das duas siglas. Caso a união se concretize, o grupo passaria a liderar o Senado com 14 parlamentares (mesmo número do PSD) e teria a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 109 cadeiras.
Em Goiás, ainda que não haja representantes da possível federação no Senado, quatro deputados federais estariam alinhados na nova composição: Silvye Alves, Zacharias Calil e José Nelto (União Brasil), e Adriano do Baldy (Progressistas).
No entanto, a situação está longe de ser pacificada. Em estados como a Bahia, lideranças do PP com forte ligação ao PT resistem à federação. Já o União Brasil faz oposição ao presidente Lula (PT), o que pode gerar conflitos ideológicos. Há, inclusive, risco de debandada, caso a fusão se confirme.
No DF, protagonismo do PP e presença do União Brasil
No Distrito Federal, o Progressistas (PP) tem protagonismo político com a vice-governadora Celina Leão, que também preside a sigla local e é apontada como pré-candidata ao Governo do DF em 2026. A legenda também conta com um deputado distrital, Daniel de Castro, consolidando presença na Câmara Legislativa.
Já o União Brasil é representado na CLDF pelo deputado distrital Eduardo Pedrosa. A federação poderia ampliar a força da sigla no DF, permitindo uma composição mais robusta para o próximo pleito, especialmente diante da fragmentação do campo da esquerda e centro-esquerda na capital federal.
Resistência em Goiás e tensão interna no União Brasil
Em Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) resiste à ideia de federação. Um dos motivos é seu projeto de disputar a presidência da República em 2026, possibilidade que pode ser comprometida por uma união com o PP, partido que ainda busca novo protagonismo no cenário nacional.
Além disso, o próprio União Brasil vive uma crise interna. A sigla, embora ocupe três ministérios no governo Lula, tem alas com orientações distintas. Uma parte defende aproximação com o Planalto; outra, se alinha a Jair Bolsonaro (PL) e sua base conservadora. A aliança com o PP poderia representar um reequilíbrio ideológico e de forças, mas também ampliaria a complexidade das disputas internas.
Negociação segue sem definição
O deputado federal Zacharias Calil afirmou que as conversas para a formação da federação continuam, mas não há definição oficial do União Brasil. Ainda assim, ele reconhece que os números são animadores: “É um número muito forte. A federação terá condição de negociar muita coisa. Comissões, regimes, uma série de situações. Seria uma bancada muito forte”, avaliou.
Enquanto isso, no Distrito Federal, os partidos acompanham os desdobramentos. Caso se unam, União Brasil e Progressistas poderão fortalecer suas bases regionais, atrair novas lideranças e reposicionar-se no tabuleiro político local — especialmente com Celina Leão no centro das articulações.