O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), parece ter percebido que a disputa pela prefeitura de Valparaíso de Goiás é uma batalha que ele pode observar à distância sem ter que se contaminar com as graves denúncias de corrupção que há na atual gestão e com o seu candidato, Pábio e Marcus.
Entre Marcus Vinícius (MDB), conhecido como “Cinquentinha”, e a assistente social Maria Yvelônia (Solidariedade), Caiado escolheu não se comprometer, optando por uma postura de neutralidade que, ao que tudo indica, é mais uma prova de sua habilidade política do que de desinteresse.
Essa decisão de Caiado veio após o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa, Michelle Bolsonaro, entrarem com tudo na campanha de Yvelônia. Prometendo até visitar Valparaíso para pedir votos pessoalmente, o casal deu um gás na candidatura de Yvelônia, que, segundo as últimas pesquisas do Instituto Phoenix, já está em ascensão e pode superar o Cinquentinha nas próximas sondagens.
Para Marcus Vinícius, essa situação complica ainda mais uma campanha que já não andava lá essas coisas. Conhecido como Cinquentinha, ele parece estar cada vez mais distante de conquistar o apoio necessário, mesmo com o esforço de Pábio Mossoró, atual prefeito, para alavancar seu ex-secretário de obras. Caiado, percebendo o desgaste e a falta de perspectiva de vitória, preferiu não se envolver em uma candidatura que, no fundo, pode estar fadada ao fracasso.
Nos bastidores, a neutralidade de Caiado é vista como uma jogada inteligente. Com o bolsonarismo do lado de Yvelônia, Caiado mantém sua proximidade estratégica com o grupo político mais forte do momento, evitando associar-se a uma candidatura que não demonstra ter o mesmo potencial de crescimento. Além disso, essa postura permite que ele preserve seu capital político para as eleições futuras, seja para uma candidatura presidencial em 2026 ou para assegurar seu retorno ao Senado.
Enquanto isso, Yvelônia segue ganhando força, e com o apoio de Bolsonaro, pode se consolidar como a grande favorita. Já o Cinquentinha, sem o respaldo de Caiado, pode acabar ficando apenas com o nome e as promessas de Mossoró.
Por: Hamilton Silva é editor-chefe do Portal DFMobilidade e atua como jornalista há 13 anos. É economista desde 1998, formado pela Universidade Católica de Brasília e pós-graduado em gestão pública.