O deputado distrital Daniel de Castro (PR) usou a tribuna da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para responder aos ataques de parlamentares da oposição e denunciar o que considera ser a hipocrisia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um discurso inflamado, Castro rebateu acusações e apresentou uma série de dados que, segundo ele, demonstram a ineficiência e as contradições da gestão petista.
“Se não quer apanhar, não bata”
Abrindo seu pronunciamento com a frase “Se não quer apanhar, não bata”, Daniel de Castro fez referência aos embates políticos que tem travado com a bancada da esquerda no Legislativo. O parlamentar afirmou que “é melhor ser da bancada da fome do que da bancada da mentira”, acusando os opositores de manipular informações e distorcer a realidade dos fatos.
Entre as críticas, destacou a falta de compromisso do governo Lula com a pauta feminina, mencionando casos de exoneração de mulheres em postos de comando. “Horrível é ser da bancada de um governo que é contra a mulher. A paridade seria 50% de homens e 50% de mulheres. Mas qual é a realidade daquele que é o pai da mentira? Demite mulher e põe homem”, afirmou o deputado, citando a saída de Ana Moser (ex-ministra do Esporte), Daniela Carneiro (ex-ministra do Turismo) e Nísia Trindade (ex-ministra da Saúde).
Castro também trouxe à tona declarações da própria ex-ministra Nísia, que, segundo ele, teria atribuído sua exoneração a um ato de misoginia dentro do governo petista. “Está na internet. Eu não sou mentiroso, não. Mentiroso é quem chama Bolsonaro de capiroto e filho do capeta”, disparou.
“O governo do amor” e a realidade do Brasil
O parlamentar ironizou o slogan da atual gestão federal, referindo-se ao governo petista como “o governo do amor” e listando problemas enfrentados pelo país nos últimos anos. Segundo ele, a administração Lula se autoproclama defensora do povo, mas os números contam outra história.
Dentre os dados apresentados pelo deputado, destacam-se:
- Recorde de feminicídios: segundo reportagem do portal Metrópoles de 7 de março de 2024, os casos de violência contra mulheres cresceram expressivamente em 2023.
- Crise sanitária: de acordo com O Globo (3 de junho de 2024), o Brasil liderou o ranking mundial de casos de dengue, concentrando 82% das infecções registradas no planeta.
- Desperdício de vacinas e medicamentos: matéria do Metrópoles de 3 de janeiro de 2025 apontou que R$ 1,9 bilhão em remédios foi incinerado em dois anos de gestão Lula.
- Avanço das queimadas: o UOL (22 de janeiro de 2025) divulgou que incêndios destruíram uma área maior que a Itália no território nacional.
- Aumento da carga tributária: de acordo com O Antagonista (23 de abril de 2024), o atual governo retirou mais dinheiro dos brasileiros do que qualquer outra gestão anterior.
- Déficit nas estatais: levantamento do G1 (31 de janeiro de 2025) revelou que as empresas estatais federais registraram um rombo de R$ 6,7 bilhões, sendo os Correios um dos mais prejudicados, com aumento de 180% no prejuízo.
- Crise social: conforme reportagem da Agência Brasil (2 de janeiro de 2025), o número de pessoas em situação de rua no país aumentou 25% nos últimos anos.
- Gastos excessivos: o governo federal teria desembolsado R$ 3,3 bilhões apenas com diárias e passagens, conforme divulgado pela Gazeta do Povo (17 de fevereiro de 2024).
- Inflação e custo de vida: dados do Metrópoles (11 de fevereiro de 2025) indicam que o preço do ovo subiu 40% e o litro da gasolina ultrapassou os R$ 7.
Críticas à conduta do governo
Além de apresentar estatísticas, Daniel de Castro criticou a postura de Lula em relação a diversas pautas. O parlamentar mencionou que o ex-ministro dos Direitos Humanos do governo petista foi acusado de assédio sexual e que a própria ex-ministra da Saúde, Nísia Trindade, denunciou uma “campanha sistemática de misoginia” dentro do governo.
O deputado também resgatou falas controversas do presidente, como a declaração de que pessoas com deficiência “têm problema de parafuso” e sua abordagem sobre a violência contra a mulher. “É o próprio G1 que está falando”, ressaltou.
“Conversem com o advogado dela”
Um dos momentos mais emocionantes do discurso foi quando Daniel de Castro mencionou o caso de uma senhora de 67 anos, identificada como Adalgiza, que estaria presa injustamente por conta dos eventos de 8 de janeiro de 2023. “Ela está com pensamento suicida, presidente. Chama o advogado dela e converse com ele para saber o sofrimento dessa mulher lá dentro”, apelou.
A resposta da oposição
Durante a fala do deputado, houve tentativas de interrupção por parte de parlamentares da oposição, mas Castro manteve o tom firme. “Tem gente aqui que se acha autoridade demais nesta Casa. Todo mundo que discorda deles é mentiroso”, afirmou.
Finalizando sua fala, Daniel de Castro reforçou que sua missão é dar voz à população e denunciar os problemas do governo federal. “Os fatos estão aí, não sou eu que estou inventando. São os próprios jornais que os senhores tanto defendem”, concluiu.
A repercussão do discurso promete continuar gerando debates acalorados na CLDF.