Em 6 de maio de 2025, a Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou o Projeto de Lei nº 1.709/25, do Executivo local, que cria 46 cargos em comissão na Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), com remuneração de R$ 15 000 mensais cada. A justificativa oficial atribui as vagas à criação de uma diretoria de planejamento, mas a oposição denuncia aumento desnecessário de despesas e falta de transparência no envio da proposta .
O Metrô-DF
O Metrô do Distrito Federal (Metrô-DF) é operado pela Companhia do Metropolitano do Distrito Federal, estatal vinculada ao governo local. Inaugurado em 17 de agosto de 1998, o sistema conta atualmente com duas linhas — Linha Verde (Central ↔ Ceilândia) e Linha Laranja (Central ↔ Samambaia) — totalizando 42,38 km de extensão e 27 estações, atendendo seis regiões administrativas: Brasília, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia . As composições alcançam velocidade máxima de 80 km/h, trafegam por trechos subterrâneos, em superfície e em trincheira, e circulam de segunda a sábado, das 5h30 às 23h30, e aos domingos e feriados, das 7h às 19h . A frota é formada por 32 trens (20 unidades da Série 1000 e 12 da Série 2000), alimentados por terceiro trilho em bitola larga (1 600 mm) . A tarifa vigente é de R$ 5,50, em vigor desde 13 de janeiro de 2020 .
Comparativo com outras capitais
- São Paulo (Metrô-SP): vinculado à Secretaria dos Transportes Metropolitanos, dispõe, segundo o Decreto nº 68.742/2024, de até 49 cargos em comissão em sua estrutura organizacional, distribuídos conforme as cotas estabelecidas pelo regulamento estadual .
- Rio de Janeiro (MetrôRio): operado por concessionária privada de capital aberto, tem governança exercida por Conselho de Administração e Diretoria Estatutária, sem quadro de cargos em comissão definidos por lei .
- Belo Horizonte (Metrô BH S.A.): sob concessão privada desde dezembro de 2022, estrutura-se exclusivamente em Conselho de Administração e Direção Estatutária, sem cargos em comissão legislativamente criados .
A criação de 46 novos cargos em comissão no Metrô-DF eleva o número de nomeações discricionárias na estatal a um patamar ainda maior do que o observado em outras capitais, reacendendo o debate sobre eficiência administrativa, controle de gastos públicos e prioridades de investimento em expansão e modernização do sistema.
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sobre o autor
Hamilton Silva é jornalista há 14 anos, editor-chefe do Portal DFMobilidade e diretor da Associação Brasileira dos Portais de Notícias (ABBP).