Um cargueiro Ilyushin IL-76 (matrícula RA-78765), operado pela empresa russa Aviacon Zitotrans — alvo de sanções dos Estados Unidos — pousou no Aeroporto Internacional de Brasília em 10 de agosto de 2025, após decolar de Moscou e realizar escalas em Baku (Azerbaijão), Argel (Argélia) e Conacri (Guiné). Até o momento, não há informação pública sobre a missão da aeronave.
Segundo o próprio registro de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA, a Aviacon Zitotrans foi designada pela OFAC em 2023 por realizar transporte de material de uso militar, incluindo envios à Venezuela. O RA-78765, especificamente, aparece identificado como “propriedade bloqueada” na lista de alvos vinculados à empresa.
O voo partiu do aeroporto de Zhukovsky (Moscou), com paradas técnicas até a travessia do Atlântico em direção a Brasília. A reportagem especializada que monitorou a chegada destaca que o pouso não constava na malha comercial da ANAC, apontando tratar-se de operação de carga sob contratação específica (charter) — prática comum para o modelo IL-76, usado tanto em missões civis quanto logísticas.
O que falta explicar — Qual a natureza da carga (se houve) e quem contratou o voo.
— Se a missão possui caráter diplomático, humanitário ou de transferência logística.
— Quais autorizações e isenções foram concedidas e por quais órgãos federais.
— Se o governo federal foi notificado previamente e por qual canal institucional.
A capital tem registrado passagens de aeronaves de países sob sanções ocidentais em viagens pontuais pela América Latina — a exemplo de um A340 do governo do Irã (junho) e de aeronaves russas em outras datas — o que intensifica o escrutínio sobre transparência e protocolos de autorização.
A chegada de um vetor de carga sancionado por Washington em Brasília, sem missão informada, pressiona o governo federal a detalhar a operação e a demonstrar aderência às salvaguardas legais brasileiras — sobretudo em um cenário de sanções internacionais sensíveis que envolvem Rússia e Venezuela.
Esta matéria se baseia em dados públicos de monitoramento de voo e em registros de sanções oficiais. Até a publicação, não havia nota específica de Itamaraty, Defesa, FAB ou ANAC sobre o pouso em questão. Se houver atualização oficial, este texto será revisto.