Adolescente de 15 anos morre no DF por complicações pulmonares do cigarro eletrônico

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Uma jovem de 15 anos faleceu nesta quarta-feira (28) no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) vítima de complicações pulmonares associadas ao uso de cigarro eletrônico .

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) divulgou nota informando que, em respeito ao sigilo de prontuário, não são liberados detalhes sobre o quadro clínico dos pacientes atendidos na rede pública . Familiares relataram que a adolescente deu entrada na unidade com falta acentuada de ar e hemoptises, evoluindo rapidamente para insuficiência respiratória aguda.

Efeitos e prevalência
Dispositivos de vaporização, conhecidos como vapes, aquecem um líquido que geralmente contém nicotina e aromatizantes, gerando substâncias como formaldeído, acroleína e metais pesados (chumbo, níquel), tóxicos ao pulmão . Estudos demonstram que a exposição contínua pode desencadear a EVALI (lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico), caracterizada por inflamação aguda e fibrose pulmonar .

Segundo dados do Vigitel 2023, 6,1% dos adultos jovens de 18 a 24 anos nas capitais brasileiras, incluindo o DF, fazem uso diário ou ocasional de cigarro eletrônico, percentual que reflete o aumento da experimentação entre faixas etárias inferiores . Estudos da OPAS/OMS apontam ainda que jovens vapers têm quase três vezes mais probabilidade de migrar para o cigarro convencional ao longo da vida .

Risco elevado entre adolescentes
Pneumologistas alertam para a maior vulnerabilidade do organismo juvenil. “O uso do vape (…) pode agravar condições pré-existentes, como asma e bronquite. Pacientes portadores de qualquer pneumopatia crônica terão a doença ou seus sintomas agravados”, explica o Dr. Elie Fiss, do laboratório Alta Diagnósticos . O Dr. Fabrício Sanches, do Hospital Santa Lúcia, reforça que “os cigarros eletrônicos podem facilitar a entrega de doses mais elevadas de nicotina, potencializando o risco de dependência, especialmente entre jovens” .

Regulação e desafios
No Brasil, a Anvisa proíbe desde 2009 a comercialização e importação de cigarros eletrônicos por meio da RDC nº 46/2009, mas o mercado clandestino e a venda pela internet mantêm o acesso fácil ao dispositivo . A falta de fiscalização robusta e a oferta de líquidos aromatizados atraem adolescentes, configurando um desafio de saúde pública.

O caso da jovem de 15 anos reforça a urgência de políticas mais eficazes de fiscalização e educação sobre os riscos do vaping, aliado a campanhas de prevenção direcionadas a escolas e famílias. Especialistas recomendam a ampliação de programas de cessação de uso de nicotina e o monitoramento das tendências de consumo entre menores de 18 anos.

 

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